Brincar e aprender: um aprendizado “movimentante” – Espaço do Conhecimento UFMG
 
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Brincar e aprender: um aprendizado “movimentante”

 

Como é realizada a aprendizagem na primeira infância? Você sabia que o corpo e o movimento contribuem para que a criança aprenda? Uma das principais características de uma criança é a disponibilidade para correr, brincar e se movimentar, pois o seu corpo é naturalmente propício ao movimento e à descoberta. Essa fase é um terreno fértil para a aprendizagem de uma multiplicidade de gestos corporais e para o desenvolvimento de conexões cerebrais importantes para que continuemos a aprender pelo resto de nossas vidas. 

 

Escolas dedicadas às fases iniciais costumam conter pátios e áreas reservadas para a brincadeira. Quanto mais espaço e abertura para desenvolver brincadeiras e formas de se movimentar a criança tiver, mais ela se desenvolve e maior será o seu aprendizado em diversas áreas.

 

Espaços exclusivos para brincar contribuem para o desenvolvimento das crianças

 

Há quem acredite que é somente durante a primeira infância que brincar e se divertir seja uma atividade essencial. Há também quem pense que a criança “só brinca” e quem critique as crianças que são agitadas – movimentantes” – demais. Porém, diversos pesquisadores e psicólogos, com base em práticas e pesquisas pedagógicas e artísticas, incentivam que a criança brinque e se movimente durante toda sua fase infantil. E mais, que ela nunca pare de se movimentar, pois movimentar faz aprender.

 

Brincar em campos de futebol de terra, correr com os pés no chão, subir em árvores, brincar na rua… o que isso tem a ver com aprender? No decorrer de uma brincadeira, a criança aprende a lidar com o universo que a cerca, tornando-se autônoma e cooperativa, criativa e criadora. As crianças que possuem mais espaço para brincar e maior contato com a natureza desenvolvem, além do senso criativo, diversas habilidades motoras que são muito significativas para o processo de aprendizagem. Infelizmente, com a modernização, esses espaços favoráveis de criação de movimento foram se tornando cada vez menores.

 

Brincar ao ar livre é uma atividade cada vez menos comum

 

Ainda existe muita desinformação sobre esse potente universo do corpo e do movimento na fase da infância. Para fomentar iniciativas neste sentido, é necessário entender a criança como um indivíduo importante na sociedade, que se expressa e que contribui. 

 

Diversas iniciativas e modificações nas estruturas espaciais podem ser criadas para que crianças explorem seu corpo, de modo a criar repertórios próprios e construir habilidades de aprendizagem. Essas iniciativas devem considerar não só o espaço, mas também os sentimentos das crianças, como construtores de conhecimento, visto que elas se desenvolvem por meio de suas emoções e sensações. Permitir que as crianças se expressem corporalmente, seja em casa, na escola, em museus ou nos demais espaços de educação, é permitir que elas aprendam por sua própria iniciativa, por meio de agradáveis práticas movimentantes.

 

Crianças participam de Gincana Astronômica no Espaço do Conhecimento UFMG, em outubro de 2018.

 

Para saber mais:

MIRANDA, Made Júnior. Estudo dos aspectos ambientais, socioeconômicos e do desempenho motor de crianças residentes nas proximidades do Ribeirão Anicuns, Goiânia-GO. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Saúde), Universidade Católica de Goiás, 2008. Disponível em: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3066

MACHADO, Marina Marcondes. A criança é performer. Educação & Realidade, v.35, n. 2, 2010. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/11444

ALMEIDA, Izabelle Cristina de. O corpo em movimento na Educação Infantil: análise da prática pedagógica nos complexos educacionais da rede municipal de ensino de Ponta Grossa/PR. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2018. Disponível em: https://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2616

SILVA, Willian Vagner da. O movimento corporal na educação infantil: em busca de compreensão do cotidiano da sala de aula. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Federal de São João Del-Rei, 2011. Disponível em:  https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/mestradoeducacao/Dissertacao%20Willian%20Vagner%20da%20Silva.pdf.

 

[Texto de autoria de Priscila Martins, mediadora do Núcleo de Ações Educativas e Acessibilidade]