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Estação Espacial Internacional

01 de novembro de 2022

 

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O mês de novembro de 2022 começa hoje e, com ele, uma nova aventura no Calendário Astronômico do Espaço do Conhecimento UFMG foi liberada! Acesse bit.ly/calespaco8bit e descubra nas datas especiais desse mês que, há 24 anos, a humanidade iniciava mais um importante capítulo na história da exploração espacial! 

 

Em 20 de novembro de 1998, os russos lançavam o módulo Zarya, a primeira estrutura para a montagem da Estação Espacial Internacional (EEI). Era o início de um projeto ambicioso, com o objetivo de construir um complexo de laboratórios de pesquisa em órbita da Terra para astronautas realizarem investigações científicas e tecnológicas únicas em um ambiente de microgravidade, além de preparar os seres humanos para missões espaciais futuras, que nos levem ainda mais longe. Foi necessário um esforço colaborativo de 15 nações para atingir uma meta tão audaciosa. E essa parceria internacional continua até hoje na operação desse laboratório orbital, envolvendo cinco agências espaciais: a NASA (Estados Unidos), a Roscosmos (Rússia), a ESA (Agência Espacial Europeia), a JAXA (Agência de Exploração Aeroespacial do Japão) e a CSA (Agência Espacial Canadense).

 

Diversos módulos e elementos que compõem a Estação Espacial Internacional, construídos por diferentes agências espaciais. (Créditos: NASA) 

 

A estação espacial levou 11 anos para ser totalmente construída. As principais peças foram levadas ao espaço em 42 voos, dos quais 37 foram realizados por ônibus espaciais norte-americanos e 5 por foguetes russos Proton/Soyuz. Essas peças foram produzidas de maneira independente em vários países ao redor do mundo e o quebra-cabeça foi sendo montado aos poucos, após o lançamento de cada elemento ao espaço. Sua configuração atual mede 109 metros de ponta a ponta, com uma massa de mais de 419 toneladas. Sua estrutura evoluiu muito ao longo de mais de duas décadas, passando de um pequeno conjunto orbital de apenas três módulos para o extenso complexo de pesquisa que hoje é tão grande quanto uma casa de seis quartos. A EEI possui seis dormitórios, dois banheiros, uma academia e uma janela panorâmica de 360 graus com vista para a Terra. 

 

Mas bem antes de ficar completamente pronta, a estação já recebeu seus primeiros tripulantes. Em 02 de novembro de 2000, quase dois anos após o lançamento do primeiro módulo, a tripulação da primeira expedição atracou na mais nova estrutura em órbita do nosso planeta. Desde então, a EEI nunca mais ficou vazia e já recebeu 263 pessoas de 20 países diferentes. Essa presença humana constante desde o início foi fundamental para a própria evolução da estrutura orbital, uma vez que elementos foram continuamente adicionados e reconfigurados. Até hoje, astronautas realizaram 253 caminhadas espaciais para montagem, manutenção e atualizações da estação espacial.

 

O astronauta Randy Bresnik, especialista da missão STS-129, participa da segunda sessão de atividade extraveicular da missão, dando continuidade à construção e manutenção da Estação Espacial Internacional. (Créditos: NASA) 

 

A EEI orbita a Terra a uma altitude média de 400 km e completa uma volta a cada 90 minutos. Dessa forma, em 24 horas, a estação espacial dá 16 voltas em torno do planeta. Os astronautas a bordo veem todo dia o Sol nascer e se pôr 16 vezes! Além disso, viajando a uma velocidade de 28.200 km/h, a estação espacial percorre uma distância equivalente a uma ida e volta à Lua em cerca de um dia.

 

Após o lançamento da Terra, uma equipe de três a quatro astronautas leva cerca de quatro horas para chegar à estação espacial, que geralmente abriga uma tripulação internacional de sete pessoas. Mas para garantir que a EEI esteja continuamente habitada, uma nova tripulação é lançada e chega à estação antes que a tripulação anterior retorne à Terra. Isso resulta em um curto período de tempo em que há mais tripulantes a bordo da estação, podendo ser até quase o dobro do normal. Ficou curioso para saber como é viver em uma estação espacial? Saiba mais no texto do blog “Morando no espaço sideral!”.

 

Os sistemas da EEI são controlados por mais de 50 computadores e um software em órbita monitora aproximadamente 350.000 sensores, garantindo a saúde e a segurança da estação e da tripulação. A estação também carrega uma impressionante variedade de instalações de pesquisa que permitem a realização de centenas de experimentos de diversas áreas, como biologia, química, física, medicina, engenharia e tecnologia. Cerca de 3.300 investigações de pesquisadores de mais de 108 países já foram realizadas neste ambiente com condições únicas de microgravidade, exposição ao espaço e uma perspectiva singular sobre a Terra. E muitas dessas pesquisas já estão trazendo benefícios para a sociedade, além de gerar novas tecnologias para a exploração espacial e descobertas científicas. Mas esse é um assunto para outro texto do Blog do Espaço!

 

A engenheira de voo da Expedição 67, Samantha Cristoforetti, da ESA (Agência Espacial Européia), coleta amostras de micróbios para análise em torno da instalação de botânica espacial Veggie no módulo de laboratório Columbus da Estação Espacial Internacional. (Créditos: NASA) 

 

Depois de tantas informações, aposto que você ficou com vontade de conhecer a EEI por dentro. Pois saiba que é possível fazer um tour virtual pela estação através do Google Earth!

 

[Texto de autoria de Nathalia Nazareth Junqueira Fonseca, assessora do Núcleo de Astronomia]

 

Referências:

What Is the International Space Station?

International Space Station Facts and Figures

NASA Counts Down to Twenty Years of Continuous Human Presence on International Space Station

Visitors to the Station by Country

Space Station Spacewalks

 

Para saber mais:

“Morando no espaço sideral!”

Vídeo – International Space Station Assembly