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Luas de Galileu

 

Dentre as 79 luas atualmente conhecidas de Júpiter, Io, Europa, Ganimedes e Calisto são as quatro mais conhecidas. Elas são facilmente visíveis com a ajuda de um telescópio amador e aparecem no céu como quatro pontos brilhantes alinhados ao redor do gigante gasoso.  Essas quatro luas são conhecidas como as luas galileanas, ou Luas de Galileu, e têm nomes que remetem a amantes do deus grego Zeus. 

 

O físico, matemático, astrônomo e filósofo Galileu Galilei foi o primeiro astrônomo a registrar, em 1610, a observação desses satélites naturais de Júpiter. Um outro astrônomo alemão, Simon Marius, alegou ter observado as luas na mesma época, mas, como demorou mais para publicar as suas observações, Galileu ganhou todo o crédito. Se você quiser saber mais sobre essa história, assista ao vídeo Galileu e as primeiras observações com uma luneta, da nossa atividade semanal Descobrindo o Céu.

 

Em seu telescópio caseiro, Galileu observou Júpiter pela primeira vez e, primeiramente, pensou ter observado três estrelas próximas ao planeta. Nos dias seguintes, ele o observou novamente e as estrelas aparentemente tinham se movido em uma direção estranha, o que chamou sua atenção. Depois de um tempo, uma outra suposta estrela apareceu. Galileu também notou que as quatro estrelas pareciam se movimentar junto ao planeta e mudar de posição em relação ao mesmo, sempre alinhadas. Ao final de várias observações e estudos, Galileu acreditou ter visto corpos planetários que estavam na órbita de Júpiter.

 

A descoberta das luas de Galileu foi um passo muito importante para a época, pois, até então, muitos acreditavam no geocentrismo, ou seja, que todos os objetos celestes orbitavam a Terra. A existência de objetos que orbitavam outros planetas fortaleceu as ideias do sistema proposto por Copérnico, que mostrava que nem tudo orbita o planeta Terra. Além de terem grande importância na história da ciência, as luas de Galileu despertam bastante interesse por suas características interessantes.

 

Io

Io é a terceira maior lua de Júpiter e é o objeto com mais atividade vulcânica do nosso Sistema Solar. Sua superfície é coberta de enxofre em composições químicas diferentes, fazendo com que ela tenha uma coloração com tons avermelhados. Com exceção dos lugares com atividade vulcânica, a temperatura na superfície de Io é muito mais baixa do que o ponto de congelamento da água. A órbita elíptica de Io causa uma grande variação na distância dessa lua em relação ao planeta Júpiter, e esta diferença de distância causa variações no formato de Io.

 

Io, terceiro maior satélite natural de Júpiter

 

Europa

 

Um satélite natural de Júpiter que desperta muito interesse é Europa. Sua superfície é coberta de gelo e acredita-se que sob ela se encontra um vasto oceano. Estudos mostram que em algumas partes de sua superfície congelada há uma quantidade considerável de água, que é expelida em forma de vapor por pequenas rachaduras na crosta. Assim como a Terra, o satélite possui um núcleo composto por ferro e níquel que, por sua vez, é coberto por uma camada rochosa.

 

Superfície da lua Europa é coberta de gelo

 

Calisto

 

Dentre os satélites de Galileu, Calisto é o que se encontra mais distante de Júpiter e, dentre as 79 luas, é a segunda maior. Sua superfície é muito cheia de crateras, sendo algumas das mais antigas do Sistema Solar. Calisto é formada por gelo e rochas e acredita-se que seu núcleo é composto de silicatos. Também há estudos que indicam que esse satélite pode ter água subterrânea. 

 

Calisto, segunda maior lua de Júpiter

 

Ganimedes

A maior lua de nosso Sistema Solar é Ganimedes, maior que o planeta Mercúrio. Ela é também, até agora, a única lua que conhecemos que tem um campo magnético. Também é um satélite que desperta muito interesse por ter fortes evidências da existência de oceanos subterrâneos de água salgada que são maiores do que os da Terra.  O telescópio Hubble mostrou que Ganimedes possui um oceano com uma espessura de 100 quilômetros.

 

Ganimedes, o maior satélite natural de todo o Sistema Solar

 

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[Texto de autoria de Letícia Rioga, estagiária do Núcleo de Astronomia]