José Francisco Soares, pesquisador do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais (Game) e presidente da Associação Brasileira de Avaliação Educacional

“O resultado no vestibular é considerado por quase todos como resultado apenas do mérito pessoal do aluno. Isto é falso. Pesquisas educacionais realizadas em vários locais do mundo já mostraram, além da dúvida razoável, que o ambiente escolar do aluno, principalmente o clima criado por uma dominância de alunos  priorizam o desempenho cognitivo,  é poderoso preditor de resultados em exames como o vestibular. Assim o aluno de escola pública brasileira, com freqüência, se vê privado, por decisões que não são de sua responsabilidade, desse apoio do seu coletivo escolar, crucial para chegar na frente nas competições acirradíssimas do vestibular. Isto é uma  injustiça que precisa ser reparada, com uma política  não corporativa que preserve a qualidade. Ou seja, a proposta do reitor vai na direção correta, desde que implementada com escolha de  um ponto de corte compatível com o desenvolvimento de projeto acadêmico de qualidade. Não deve também valer para as escolas federais, onde os alunos que ali entram depois de rigoroso concurso. Assim, não estão sujeitos às mesmas condições dos alunos das escolas municipais e estaduais. Finalmente boas políticas devem ser precedidas de estudos cientificamente sólidos e transparentes para dimensionar o seu impacto”.

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