Polyana Gitirana de Aráujo Guerra, aluna do curso de Medicina da UFMG e coordenadora-geral do Diretório Acadêmico Alfredo Balena

“A questão que se põe em debate é a possível implantação de cotas para o ingresso nessa Universidade. É notório que a seleção pelo vestibular é extremamente excludente. Discutir propostas que envolvam a inclusão social é nossa obrigação enquanto membros de uma estrita parcela que teve essa oportunidade de acesso.

Contudo, a discussão sobre a implantação de cotas - e é importante frisar que também devem ser questionados os beneficiados delas se estudantes advindos de escola pública ou negros - deve ser precedida de uma reflexão da nossa postura frente a esses estudantes que venham a ser admitidos por esse regime. Não raramente assistimos a relatos de colegas que se dizem vítimas de preconceito e discriminação dentro da universidade, seja pela sua cor, condição social ou mesmo - e  freqüentemente -  pela via de acesso a essa Escola, como por exemplo, os programas de admissão de estrangeiros. De nada adianta garantir o acesso se esse estudante não encontrar um ambiente que favoreça e incentive sua formação acadêmica. Portanto, façamos, concomitantemente à discussão necessária e inadiável da implantação de cotas, uma reflexão profunda sobre a nossa postura frente à diferença, para que possamos receber, despidos de preconceitos, os estudantes que, como espero, possam em breve adentrar a essa instiuição não como favorecidos ou privilegiados, mas como pessoas que representam o pagamento de uma histórica dívida social e cultural”.

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