Maria do Carmo Lacerda Peixoto, diretora de Avaliação Institucional da UFMG

“No momento, dois desafios estão postos para o ensino superior no Brasil. O primeiro é o da expansão da oferta de vagas, principalmente na universidade pública, dado que o segmento privado cresceu desmesuradamente, mas também porque há uma demanda crrescente pelo ensino superior. O segundo é o desafio de inclusão, o que significa que essa expansão não pode ser feita considerando apenas o aumento de vagas.
Vivemos numa sociedade desigual, o que nos obriga a considerar também as diferenças entre ensinos privado e público na educação básica e as diferenças não só entre o tipo de ensino que é ministrado nessas escolas como também o perfil do estudnate que está presente em cada uma delas.
Os estudos que já foram realizados com dados da UFMG evidenciam que, em alguns casos, para implementar a inclusão, não basta valer-se apenas da política prioritária definida pelo Conselho Universitário, o aumento dos cursos noturno. Nos casos de cursos muito demandados, muito competitivos, temos que avaliar com bastante cuidado, mas também com boa vontade, a questão da reserva de vagas.

No caso de um curso como o de medicina, o grau de competição é tão elevado que a diferença de pontuação entre os primeiros 50 a 100 candidatos desclassificados é muito pequena em relação aos classificados. Temos que adotar um critério que contemple os desafios anteriorente mencionados, o da expansão e o da inclusão. Devemos pensar a forma mais adequada de adotar a reserva de vagas para alguns desses cursos, de modo que se possa atender à demanda pelo ensino superior”.

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