O projeto Leitura, do Centro Cultural UFMG, terá, a partir de 19 de março, mais um programa. A cada 15 dias, os visitantes encontrarão o Sexta te conto, que apresentará contadores de estórias. A estréia fica por conta de Estórias de Mulheres, interpretações dos contos Sorôco, sua mãe, sua filha, de Guimarães Rosa, e As Águas do Mundo, de Clarisse Lispector, feitas por Wellington Marçal, aluno do 7º período de Ciência da Informação. A atividade tem duração de trinta minutos. As edições do Sexta te Conto acontecem sempre às 13h – quando o número de pessoas circulando no Centro da cidade é grande – e servem como opção de lazer no horário de almoço. Wellington conta que sempre gostou de assistir a contações de estórias ou qualquer outra atividade que envolvesse literatura. No ano passado, participou como bolsista do Carro-Biblioteca, projeto de extensão ligado à Escola de Ciência da Informação. Uma biblioteca itinerante percorre bairros da periferia de Belo Horizonte a fim de despertar na comunidade o interesse pela leitura e constituir uma unidade de informação – biblioteca ou centro cultural – em cada bairro visitado. Dentro do projeto são realizadas também atividades de leitura com as crianças do bairro, o que despertou em Wellington o interesse de desenvolver esse tipo de trabalho. Leitura Criado em outubro de 91, o Projeto Leitura funciona de segunda a sexta-feira entre 12 e 18 horas, disponibilizando aos visitantes do Centro Cultural UFMG publicações locais e nacionais, revistas e jornais. Para o comerciário Alexandre Nunes, 39 anos, o Projeto, além de dar acesso a jornais e revistas, é uma boa oportunidade para descansar na hora do almoço, por causa do ambiente tranqüilo. Desde que soube do projeto através de um amigo, há quatro anos, ele freqüenta o Centro Cultural quase diariamente e recomenda a todos que conhece. Alexandre acredita que a propaganda "boca a boca" é a forma mais comum de divulgação do Leitura. Ele lê nos jornais e revistas semanais notícias sobre política, futebol e cultura. O corretor de imóveis Francisco Lobato, 60 anos, é um antigo freqüentador do Centro Cultural, onde já assistiu a muitas peças de teatro e filmes. Conhece o Projeto Leitura desde seu início e sempre que passa pelo Centro aproveita para se informar e descansar. Gosta de ler os cadernos de política, esportes, economia e cultura. Apesar de reconhecer a importância da iniciativa, ele considera o local pouco freqüentado. "Pelo espaço, pela quantidade de gente que trabalha aí, merecia uma freqüência maior. E também um acervo maior". O Centro Cultural UFMG, Av. Santos Dumont, 174, Centro.
Quanto ao acervo, Wellington Santos concorda com Francisco. O técnico mecânico de 52 anos acha que Projeto poderia ser mais abrangente, com publicações especializadas. "Poderia ter publicações de caráter profissional", defende.