|
Campeã brasileira de 2003, a equipe de ginástica aeróbica esportiva UFMG/UnilesteMG conquistou o direito de representar o Brasil no Suzuki World Cup 2004. Mas por falta de patrocíno pode ficar fora da competição. Cinco atletas classificaram-se para os jogos, que acontecem entre os dias 15 e 20 de abril em Tóquio, Japão. As apresentações na principal competição internacional das categorias infanto e juvenil são em trio, dupla ou individual. "A equipe principal atingiu nível técnico tão profissional que não é viável solicitar verbas da área social", afirma Kátia Lemos. Em suas duas participações no Suzuki World Cup, a equipe consegui três medalhas. A equipe precisa de R$ 32 mil para custear toda a viagem, mas até agora só arrecadou R$ 400 com a organização de um festival de tortas. Foram encaminhadas propostas de patrocínio a órgãos públicos e privados, e muitos já negaram o pedido. "Estamos muito preocupados, mas acreditamos na qualidade de nossa equipe e na causa de nosso projeto social", afirma Kátia Lemos. Aeromodelismo também precisa de apoio Outro grupo classificado para uma competição internacional também precisa de patrocínio para garantir sua participação. É a Cea-UAV, equipe de aeromodelismo da Engenharia Mecânica, vice-campeã do 5º SAE Aerodesign Brasil, que consquistou vaga para e edição internacional do campeonato, que acontece entre 16 e 18 de abril, na Flórida, EUA. Com a premiação na etapa brasileira, julgada por engenheiros da Embraer, os mineiros puderam comprar o material (o mesmo utilizado em programas espaciais e em carros de Fórmula 1) necessário à construção de um novo protótipo. A competição consiste em projetar e construir um aeromodelo, avião em escala reduzida, capaz de transportar a máxima carga possível ao longo de um circuito de vôo de 61 metros. O protótipo construído pela Cea-UAV para o campeonato mundial tem 3,6 metros de envergadura, medida de uma ponta a outra da asa. O estudante Rafael José Santos, membro da Cea-UAV, explica que a construção do aeromodelo segue todos os cálculos de estabilidade e controle necessários a um avião de escala real. A expectativa do grupo é de que o protótipo transporte até 14 quilos. "É a primeira vez que a UFMG conquista a vaga para o SAE Aerodesign mundial e temos a maior asa já construída pela Universidade", afirma Rafael José Santos. A equipe desenvolveu uma tecnologia de junção de tubos de carbono e é referência brasileira na construção com materiais compostos. O grupo está encaminhando o projeto de patrocínio a empresas interessadas no ramo da aviação, mas ainda não teve resposta para o custeio da viagem para ao menos quatro dos cinco integrantes da equipe, o que totaliza um montante de cerca de R$ 18 mil.
Mesmo sem garantia de participar do campeonato, a equipe está trabalhando com afinco. Segundo a professora Kátia Lemos, técnica da equipe, os atletas treinam quatro horas diariamente, de segunda à sábado e ainda fazem três horas de musculação por semana. "Somos uma das melhores equipes de ginástica aeróbica do Brasil e centro de ótimos atletas", afirma Kátia Lemos.
Criado em 1996, o Projeto de Ginática Aeróbica atende gratuitamente 60 crianças e jovens nas categorias de iniciação, aperfeiçoamento e competição integrantes de famílias de baixo poder aquisitivo. "Nosso objetivo é promover a inserção social por meio da prática esportiva", afirma a técnica. Além disso, o projeto foi tema de mais de dez artigos científicos e de apresentação em congressos, inclusive internacionais.