A possibilidade de reduzir o preço da energia elétrica fornecida às Instituições Públicas de Ensino Superior (Ipes) de Minas Gerais foi discutida pela reitora Ana Lúcia Gazzola com o governador Aécio Neves, na última quinta-feira, 15 de abril. A audiência é parte de uma série de gestões que vêm sendo feitas pelas universidades, que vivem crescente insuficiência orçamentária. A Reitora solicitou ao Governador que a Cemig avalie a possibilidade de não sobretaxar a energia consumida à noite pelas Ipes mineiras. Segundo ela, a abertura de cursos noturnos é fundamental para ampliar a inclusão social. No entanto, o aumento do preço da energia no período noturno pode inviabilizar a continuidade do projeto. "Queremos alterar de forma estrutural a composição da conta de energia elétrica", disse Ana Lúcia. A Reitora também comentou que a Associação Nacional dos Dirigentes da Ifes (Andifes) pretende negociar com o governo a redução do ICMS cobrado nas contas de energia elétrica das Ifes. Sensibilizado com a situação das universidades, o governador Aécio Neves providenciou, para o dia seguinte, reunião da Reitora com o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Antônio Augusto Anastasia, e com o diretor de Distribuição e Comercialização da Cemig, José Maria de Macedo, para analisar formas de reduzir o valor da conta paga pela UFMG, ainda que sem diminuição do consumo de energia elétrica. Também participaram do encontro o diretor do Departamento de Desenvolvimento do Ensino Superior do MEC , José Luiz da Silva Valente, dois engenheiros da Cemig e membros da equipe da Reitora. "Além de alterar os critérios de cobrança nos horários de pico - em que o custo da energia é até dez vezes mais caro - procuraremos fazer gestões técnicas que resultem em redução da conta", explica o pró-reitor de Planejamento, Ronaldo Pena. Na reunião com o secretário Antônio Augusto Anastasia, a Reitora expôs as dificuldades da instituição em pagar as contas de 2003 e falou das medidas de contenção de gastos que vêm sendo adotadas com o objetivo de evitar déficit projetado em R$7 milhões para 2004. José Luiz da Silva Valente, do MEC, reconheceu que a responsabilidade pelo não-pagamento das contas em atraso é do governo federal e não da UFMG.