Um laboratório do século 15 no lugar da alta tecnologia. Essa a proposta da oficina Processo serigráfico na gravura em metal, que professor da Escola de Belas Artes da UFMG, Clébio Maduro, oferece no 36º Festival de Inverno, em Diamantina. Os trabalhos começaram no dia 19 e prosseguem até 30 de julho. Como um alquimista, Clébio desafia a tecnologia, ao misturar o conhecimento de diversas técnicas, chegando a uma fórmula inovadora. Com ela, o método de impressão de gravuras rudimentares pode alcançar resultados similares aos da tecnologia de ponta, podendo até mesmo superá-los. "Quero provar aos alunos que não existe nenhum impedimento para a criação quando não se tem o domínio da tecnologia de ponta, sendo até possível burlá-la com o que há de mais rudimentar", revela o gravurista. Ao analisar os mais diversos métodos de impressão, tais como o xerox, a fotografia, o "scanner", Clébio se deu conta de que era possível substituir essas modernas técnicas de reprodução, valendo-se de métodos antigos. A idéia surgiu há algumas anos atrás, quando o professor teve de ministrar aulas nas quais precisava de um equipamento mais moderno. “Era aquela história: um trabalho danado para despachar os equipamentos: computadores, "scanners"... Era até impossível trazer alguns para cá. Então pensei: será que eu preciso de toda essa parafernália ?” A oficina que Clébio Maduro oferece no Festival pretende revolucionar não só os procedimentos de trabalho com gravura, mas o próprio pensamento dos artistas. “A proposta é provocar uma transformação tanto dos participantes quanto do meio em que atuam. Fazê-los sair da forma viciada de pensar e fazer gravura".
Os trabalhos desenvolvidos ao longo da oficina estarão disponíveis à visitação em exposição permanente na Escola Estadual Leopoldo Miranda.