Nesta quarta-feira, 29 de setembro, a série VivaMúsica, da Escola de Música , apresentará a comédia de costumes cariocas (burleta) Forrobodó, escrita por Luiz Peixoto e Carlos Bettencourt, com música de Chiquinha Gonzaga. O concerto será às 18h30, no auditório Fernando Mello Vianna, à av. Antônio Carlos, 6627, campus Pampulha, com entrada franca. A apresentação integra a programação do II Seminário da Canção Brasileira, realizado até sexta-feira na Escola. A apresentação do musical contará com a participação dos alunos da disciplina Resgate da Canção Brasileira, da Escola de Música, dirigidos pelo professor Ernani Maletta, do curso de Artes Cênicas da UFMG. A História de Forrobodó Em 1911, numa pensão da rua do Catete, onde residia Luiz Peixoto, vamos encontrá-lo acompanhado de Carlos Bettencourt dispostos a escrever uma peça. Compram dois maços de cigarros, e às oito horas da noite, põem mãos à obra. O trabalho vai pela noite a dentro. Os cigarros acabam. Voltam a ser fumadas as pontas anteriormente desprezadas. As seis horas da manhã, quando o sol se levanta, o pano cai no final da peça. Estava escrita a burleta Forrobodó. Mas tudo isso era apenas o começo de uma penosa jornada. Nenhuma empresa queria montar a obra dos dois novatos. Uma a uma fecharam-se as caras, e as portas também, diante dos dois autores. Mas eles insistem. Ambos fazem malabarismos incríveis para demonstrar o mérito da peça. Por fim, o popular empresário Paschoal Segreto, vencido pela infatigável insistência dos dois rapazes, chama Alvarenga Fonseca, que então dirigia o Teatro São José, e ordena-lhe: "Vamos acabar de uma vez por todas com isso. Monte essa peça de qualquer maneira." A peça ia ser apresentada apenas por isto: para que Paschoal Segreto se visse livre daqueles importunos. Montagem... Qual nada!... Não valia a pena perder tempo com aquilo... Havia muita fantasia velha no depósito. E ordenou-se a busca. Mesmo assim se tornou imprescindível comprar uma farda de guarda noturno para o Alfredo Silva. Quanto custava isso?... Oitenta mil réis. E depois de alguma hesitação sempre se resolveu a empresa a gastar com a montagem de "Forrobodó" oitenta mil réis. Forrobodó, com música de Francisca Gonzaga, a inolvidável protetora de todos os autores novos que revelassem qualidades, sobiu à cena pela primeira vez para iniciar uma série de 1.500 apresentações consecutivas!