O ministro da Educação, Tarso Genro, participou na última quinta-feira, 4, da solenidade de entrega do documento Proposta da Indústria à Reforma do Sistema de Educação Superior, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O documento foi entregue pelo presidente da entidade, Armando Monteiro Neto, em Brasília. "Recebi bem as propostas. Elas têm valor técnico e político de extraordinária importância", disse Tarso Genro. Segundo o ministro, foi uma das propostas mais completas que o MEC recebeu, "com conteúdo abrangente e estratégico definido". Ele destacou que o projeto de reforma precisa levar em conta o desenvolvimento regional e a base industrial. Sobre a falta de autonomia das Universidades, Tarso Genro disse que uma "atadura normativa" as impede de ter maleabilidade para gerir recursos e se articular com a sociedade, com empresas e com o mundo do trabalho. "A reclamação da CNI é compatível com o que dizem os reitores. Recebi orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para resolver o que for possível até antes de a reforma ser implementada", salientou o ministro. Os próximos passos da reforma do ensino superior serão a entrega do projeto ao presidente da República para revisão na Casa Civil, a organização da discussão técnica e o envio ao Congresso Nacional. As propostas da CNI foram elaboradas por um grupo interinstitucional com representantes da própria confederação, do Serviço Social da Indústria (Sesi), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL). De acordo com o documento, a universidade deve atender as necessidades do setor produtivo e do mercado de trabalho. Segundo a CNI, o despreparo e a inexperiência dos jovens quando deixam o ensino médio e a universidade têm reflexo na expectativa em relação à educação superior. Outra reivindicação é a formação de parcerias entre a universidade e o setor produtivo. Desafios A CNI entende que o futuro da indústria está conectado ao sistema educacional e apóia a reformulação das estruturas da educação tendo em vista a realidade econômica brasileira e as mudanças mundiais. De acordo com a CNI, é preciso adaptar as instituições de educação superior às necessidades de uma sociedade baseada na informação e no conhecimento, constituindo-as como fundamento para o desenvolvimento sustentável. A entidade defende uma educação superior universalizada e de qualidade, capaz de interagir com a sociedade e com o setor produtivo e de atender às demandas regionais. A gestão deve ser moderna e autônoma, mas submetida à avaliação da sociedade. Na avaliação de Armando Monteiro Neto, na reforma da Educação superior a palavra-chave é autonomia, com o compromisso da avaliação pública e de qualidade. "A universidade é atrelada a uma legislação ultrapassada e asfixiante. O setor produtivo e a indústria estão dispostos a fortalecer laços em busca de uma universidade real e necessária ao desenvolvimento sustentável", disse. Ele acrescentou que a CNI, ao se associar ao MEC, oferece o espaço de suas federações e do Fórum Nacional da Indústria para a construção de uma agenda estratégica para a educação superior.
O documento apresenta desafios para a educação superior: universalização; regionalização; pluralidade de modelos; autonomia, gestão e avaliação; maior financiamento; certificação de competências; adequação de conteúdos programáticos; interação com as empresas e necessidade de pesquisa e inovação.
(Assessoria de comunicação do MEC)