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Rosiléia de Souza Rezende observava atentamente a exposição científica em cartaz no pátio branco do Centro de Referência do Professor, em frente à Praça da Liberdade. Professora da Escola Estadual Maria da Glória Assunção, de Ribeirão das Neves, vislumbrava as reproduções de células, tecidos e sistemas orgânicos humanos, feitas de gesso, como acessórios importantes em sua tarefa diária de transmir conhecimento aos alunos. "As peças são muito bem feitas e de fácil visualização. Ao mostrá-las aos alunos, eles podem aprender e compreender melhor os temas abordados na aula de Ciência", resumiu. As 66 peças observadas por Rosiléia integram o acervo do Museu de Ciências Morfológicas do ICB. A referida exposição, denominada A célula ao alcance da mão, esteve aberta ao público, no Centro de Referência, de 8 a 12 de novembro, e serviu de termômetro aos pesquisadores da UFMG envolvidos no projeto, que buscam avaliar a eficiência dos objetos de gesso no aprendizado de crianças e jovens. Além dos professores, a mostra foi encerrada na tarde desta sexta-feira, dia 12, com visita de estudantes com deficiência visual do Instituto São Rafael. Avaliação Nesta fase de avaliação do projeto, que contou com apoio da Superintendência de Ensino da Secretaria de Estado da Educação, alunos dos ensinos público e privado de Belo Horizonte realizaram provas de Ciências em suas respectivas instituições. Em seguida, estiveram no Centro de Referência para observar a exposição e prestaram outro exame escrito. "Isso nos servirá de comparação. Poderemos saber as informações apreendidas após a visita monitorada", explica Maria das Graças. Nas próximas etapas da avaliação do projeto, professores de diversas instituições avaliarão a coleção no próprio Museu de Ciências Morfológicas, com sede no ICB, no campus Pampulha. Terminadas as fases de análise da eficiência da iniciativa, os objetos de A célula ao alcance da mão seguem para o resto do país. "Temos dois conjuntos de peças. Um ficará permanentemente no Museu e outro será itinerante", completa a coordenadora.
Criado em 1989, o Museu busca contribuir com o ensino no estado, principalmente no que diz respeito à educação de estudantes especiais, como os deficientes visuais. A exposição no Centro de Referência representa a quarta etapa do processo de auto-avaliação por que passa o projeto. Nas três primeiras, a coleção A célula ao alcance da mão foi analisada por deficientes visuais e serviu detema de debates e pauta de congressos sobre educação inclusiva. "Nesta quarta etapa, professores e estudantes de Belo Horizonte têm a oportunidade de observar os objetos, revelar os pontos positivos e propor alterações no projeto", explica a professora Maria das Graças Ribeiro, coordenadora do Museu de Ciências Morfológicas.