Universidade Federal de Minas Gerais

UFMG ajuda Jequitinhonha a implantar modelos de gestão de resíduos

segunda-feira, 6 de dezembro de 2004, às 13h38

Misturados ao lixo que chega da cidade, 12 crianças e adolescentes se divertem recolhendo restos de comida trazidos pelo caminhão do supermercado. Eles estão ali todos os dias, expostos a vários riscos de contaminação, no lixão do município de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha.

Preocupada em erradicar problemas como esse, a UFMG desenvolveu em 17 cidades da região, sendo 16 do Médio Jequitinhonha e o município de Jequitinhonha, um projeto que prepara municípios para realizarem trabalhos de gerenciamento de lixo. Trata-se do projeto Lixo e cidadania: mudando paradigmas, que integra as atividades do Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha.

O iniciativa ofereceu apoio técnico e logístico à elaboração de projetos de gestão integrada de resíduos sólidos urbanos e promoveu cursos de capacitação, mobilização social, organização de catadores e seminários técnicos sobre lixo. O trabalho teve início em 2002 e terminou no final de 2003. "Mas ainda estamos trabalhando na produção de um livro,que vai registrar uma metodologia simples de gerenciamento de lixo", conta o professor Luiz Guilherme Knauer, coordenador do projeto. A publicação será distribuída para todas as prefeituras de Minas.

Para a capacitação de pessoal, a equipe do projeto realizou palestras, seminários e cursos sobre gerenciamento de lixo e coleta seletiva para professores e funcionários municipais responsáveis pelo trabalho de limpeza urbana. Segundo o professor, também foram propostos projetos para a construção de aterros sanitários em Araçuaí e Itinga e aterros controlados em outras cinco cidades. "Também preparamos servidores municipais para trabalharem nesses aterros", completa o professor.

Araçuaí e Itinga foram escolhidas para receberem o projeto do aterro por causa do tamanho da população - nos dois municípios moram cerca de 50 mil habitantes - e do volume de lixo produzido. "O aterro sanitário é uma construção cara e deve ser auto-sustentável. Por isso, para ser viável, o aterro precisa absorver uma quantidade relativamente grande de lixo", diz Luiz Knauer. Os projetos dos aterros foram entregues, no final do ano passado, às duas prefeituras, que decidirão pela sua implantação.

Segundo o coordenador do projeto, o trabalho de gerenciamento de lixo foi precedido por um levantamento qualitativo desses resíduos. "O lixo do Jequitinhonha é diferente daquele produzido nos grandes centros urbanos", afirma o professor do IGC. Como exemplo, ele cita o lixo orgânico, cujo volume é muito menor, pois os restos alimentares são aproveitados em hortas ou na criação de animais. "Como a composição é bem definida, seu gerenciamento deve ser feito segundo este perfil", analisa Knauer.

Catadores
O trabalho também envolveu a realização de levantamento quantitativo e qualitativo dos catadores de lixo de Araçuaí e Itinga. "Queríamos saber não só o número, mas quem são essas pessoas. Algumas famílias vivem do que catam no lixão, aquilo é a fonte de sobrevivivência delas. Já outras pessoas passam pelo lixão e esporadicamente catam alguma coisa", diz o professor. Ele lembra ainda que a maioria das crianças que vão para o lixão estudam e pertencem a famílias beneficiadas com recursos do Programa Bolsa-escola.

A partir dessas constatações, foram desenvolvidos projetos para oferecer alternativas de renda aos catadores, levando-se em conta um cenário em que não haveria mais lixões na região. "As pessoas que hoje vivem do lixo passariam a sobreviver com os recursos gerados pela coleta seletiva", diz o professor. Segundo ele, a idéia é integrar municípios para a realização de um trabalho efetivo de coleta seletiva. "A coleta seletiva deve ser um processo auto-sustentável, objetivo que esbarra no pequeno volume individual de lixo produzido em cada cidade. Por isso, nossa idéia é criar dois centros de coleta do lixo em toda a região, gerando quantidade suficiente para torná-los economicamente viáveis", explica Knauer, ressaltando que a população do Vale tem tradição de trabalhar coletivamente e grande capacidade de organização.

O coordenador do projeto ressalta que, como se trata de um trabalho de educação e capacitação, os resultados dependem da participação de todos da região. "Tivemos um apoio muito grande das prefeituras, que apresentaram grande interesse em disponilbilizar pessoal para participar das atividades, e da população local que mostrou-se engajada e participativa", diz Luiz Guilherme Knauer.

Ele faz um balanço positivo do projeto. "O mais importante é que conseguimos que a questão do lixo fosse debatida na região", argumenta o professor. Para ele, a coleta de lixo no Vale ficou mais "inteligente", pois passou a ser feita com menos dinheiro. Além disso, as cidades ficaram mais limpas. Segundo Knauer, as cidades que mais avançaram na questão do gerenciamento do lixo foram Ponto dos Volantes, Araçuaí, Padre Paraíso e Chapada do Norte. "Mas temos a certeza de que todos estão preparados para tocar o projeto", confia.

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