Universidade Federal de Minas Gerais

Projeto combate anemia com adição de ferro à água

segunda-feira, 24 de janeiro de 2005, às 9h52

Doença de maior incidência no mundo, a anemia chega a atingir dois bilhões de pessoas, principalmente crianças e idosos, provocada por fatores genéticos e nutricionais. A mais comum delas é a ferropriva, causada pela deficiência de ferro no organismo. Em Belo Horizonte, no ano de 2001, o índice de crianças com anemia ferropriva era de 47,8%, o que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), configura problema de saúde pública.

Para tentar minimizar o alto índice de incidência da enfermidade, a Faculdade de Medicina da UFMG, em parceria com a Prefeitura, implantará, em creches da capital mineira, o programa Saúde de Ferro, que terá caráter terapêutico e preventivo por meio "da fortificação da água potável com ferro e vitamina C", diz o médico Flávio Diniz Capanema, do Hospital das Clínicas, e integrante da equipe da iniciativa. A adição de sulfato ferroso na água consumida diariamente pelas crianças da capital mineira permitirá a reposição do estoque de ferro do organismo.

Em muitos casos, a deficiência de ferro só é percebida pelas mães quando a anemia está instalada, pois é nessa fase que os sintomas se manifestam. Mas há um nível de tolerância do organismo, que não caracteriza a anemia crônica. Crianças anêmicas têm seu desenvolvimento prejudicado, uma vez que a falta de ferro ocasiona retardo do crescimento, déficit cognitivo permanente e irreversível, baixo rendimento escolar e prejuízo no aprendizado.

Segundo o vice-diretor da Faculdade de Medicina e coordenador do Programa, professor Joel Lamounier, até que os sinais apareçam, um tempo precioso é perdido. "Muitas crianças apresentam dificuldades na fase escolar devido a deficiências de ferro ocorridas anteriormente e que poderiam ter sido facilmente combatidas", alerta o professor.

Em 2003, a doença atingia 47% da população brasileira. Um índice preocupante, na avaliação de Flávio Capanema, principalmente se comparado com outros indicadores nutricionais. "Enquanto observamos, em todo o país, melhoria nos índices de desnutrição e mortalidade infantil, a anemia segue tendência oposta", analisa. Em 1996, o índice de anêmicos no país era de 35%.

Experiências
Normalmente, a ingestão de ferro deveria ser feita através de alimentos, como carnes, vísceras e leite humano, mas nem sempre isso acontece. Em países desenvolvidos, alguns alimentos, como os cereais infantis, foram enriquecidos com ferro. No Brasil, houve tentativas, mal-sucedidas, de fortificação de farinhas.

"Por meio da água, uma bebida universal, será possível incluir na rotina da criança a dose diária de ferro de que ela necessita", acredita a mestranda em Nutrição, Daniela da Silva Rocha, que também integra a equipe. Já a vitamina C, explica a estudante, será adicionada à agua por causa de sua capacidade de " facilitar o processo de absorção da substância e diminuir o sabor metálico do sulfato ferroso e a cor escura da água".

Inicialmente, a adição de ferro na água ocorrerá nas talhas e filtros das creches da região leste de Belo Horizonte conveniadas com a Prefeitura. Esta primeira fase é financiada pela Fapemig, através do Edital Universal 2004. Serão beneficiadas 2.433 crianças, matriculadas em 22 creches. A intenção, no entanto, é levar a iniciativa a todas as regionais. Ao todo, seriam beneficiadas cerca de 19,2 mil crianças, a um custo final de R$ 2. Para isso, a equipe busca parceiros para financiar a ampliação do projeto.

Bom para os dentes e ruim para o papo
A adição, na água ou em alimentos de consumo massivo, de substâncias de valor nutritivo para o organismo humano, não chega a ser novidade no Brasil. Ribeirão Preto e Diamantina já tiveram experiências com a fortificação da água e obtiveram resultados satisfatórios no combate à anemia.

Desde 1974, é obrigatória a adição de flúor nas águas de abastecimento público em áreas de grande incidência de cáries. Organizações de saúde recomendam a fluoretação como meio mais seguro, simples e econômico de prevenir a cárie, principalmente durante a fase de formação dos dentes (até os 14 anos). Pesquisadores norte-americanos descobriram que a densidade óssea é maior na bacia e na coluna de mulheres que beberam água com flúor por um longo período de tempo. Isso reduz o risco de fraturas em cerca de 30%.

Outra tentativa bem-sucedida é a adição de iodo no sal para consumo humano, obrigatória no Brasil desde a década de 50. O iodo é um elemento químico importante para o desenvolvimento físico e mental do ser humano. Sua deficiência pode causar atraso no crescimento das crianças, redução da capacidade de concentração e aprendizado, e bócio, doença conhecida popularmente como "papo". Na gravidez, a falta de iodo pode causar abortos, má formação fetal e nascimento de crianças prematuras ou com cretinismo (retardo mental grave, que provoca dificuldades na fala, surdez e defeitos no corpo).

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