Ao abrir, na noite deste domingo, 13, no auditório da Escola de Música da UFMG, a 49ª reunião do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a reitora Ana Lúcia Gazzola, presidente da entidade, convocou os participantes a um esforço concentrado, durante os próximos dois dias, para a discussão de uma extensa pauta de trabalhos. Participam da reunião os 54 dirigentes de universidades, centros universitários e faculdades federais de todo o país que, além de deliberar sobre a anteprojeto de Reforma Universitária proposto pelo governo, discutirão ainda um conjunto de temas importantes para a vida das Ifes como a aplicação do Plano de Carreira dos servidores técnico-administativos dessas instituições, a Gratificação de Estímulo à Docência (GED) e questões orçamentárias, entre outros. Reforma universitária Em seu pronunciamento, a reitora fez um breve relato da viagem que, ao lado de 33 outros dirigentes de universidades federais, fez recentemente a Cuba, quando os reitores brasileiros participaram de encontro promovido pelo Ministério da Educação Superior daquele país. "Tivemos oportunidade de discutir ampliação da cooperação entre as universidades brasileiras e suas congêneres cubanas, que caminham no sentido da consolidação de um programa de intercâmbio de caráter sistêmico", acrescentou. Segundo Ana Lúcia Gazzola, o ministro da Educação, Tarso Genro, que também esteve em Cuba na mesma ocasião, tem instruções do presidente Lula para implementar esse programa, "para o qual existe a promessa de liberação de recursos específicos". A a presidente da Andifes anunciou também que viaja dentro de alguns dias a Alemanha, onde participa, a convite da Capes - entidade governamental que gerencia os programas de pós-graduação brasileiros -, de reunião com os representes do órgão correspondente daquele país. Expansão universitária Maculan assegurou, no entanto, que o aumento de recursos para a manutenção e expansão do sistema universitário federal não comprometerá o financiamento do ensino básico no país, segundo ele também uma prioridade do MEC. "A expansão do ensino superior público é indispensável a um país como o Brasil que aspira alcançar um patamar mais elevado de independência e desenvolvimento, mas onde os estudantes que chegam ao ensino superior representam menos de 10% da população", disse. Segundo Maculan, a Sesu tem se dedicado com especial interesse também ao diálogo com as universidades confessionais e comunitárias, além das universidades estaduais, hoje muito importantes na rede de ensino superior do Brasil. Ele disse que atualmente, o Estado que mais tem investido nas suas universidades é o Paraná, embora as congêneres de São Paulo ainda mantenham a primazia em termos de valores orçamentários absolutos. "O orçamento das três universidades públicas paulistas é superior a R$ 3 bilhões, o que representa um terço do orçamento de nossas 54 instituições federais", acrescentou. A sessão de abertura da 49ª reunião do Conselho Pleno da Andifes foi encerrada com um concerto oferecido pelos professores da Escola de Música da UFMG, Maurício Freire (flauta) e Miriam Vianna (harpa).
"Devemos sair daqui, na próxima terça-feira, 15, com uma deliberação da Andifes sobre o ante-projeto da Reforma Universitária, com a apresentação das emendas que julgarmos necessárias. Tenho inclusive me esquivado a fazer pronunciamentos a respeito, antes que entidade tome oficialmente uma posição", disse Ana Lúcia, que presidiu a sessão de abertura do encontro ao lado do secretário de Educação Superior (Sesu) do MEC, Nélson Maculan, do vice-presidente da Andifes, reitor Cícero Rodrigues, e do secretário-executivo da entidade, Gustavo Balduino.
Falando a seguir, o secretário da Sesu, Nélson Maculan, manifestou sua satisfação pela oportunidade da discussão que se processará durante a 49ª reunião do Conselho Pleno da Andifes, destacando a importância do papel das Ifes no encaminhamento do anteprojeto do governo. "Uma questão que tem sido mal interpretada no âmbito da Reforma Universitária é o financiamento da universidade pública", queixou-se o secretário.