Recentes conflitos fundiários no Pará expõem a dificuldade de se conciliar preservação ambiental e exploração econômica. Mas um projeto inédito em Minas Gerais, desenvolvido por pesquisadoras do Departamento de Botânica do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, revela que é possível recuperar áreas degradadas e ainda permitir atividade econômica, a partir do conceito de "floresta social". A tecnologia está sendo aplicada no Projeto Jaíba, no Norte de Minas. A "floresta social" atende também as necessidades de lazer da população local, que usa a reserva florestal para caminhadas e descanso. A área verde é a única da região semi-árida e também ajuda a melhorar a qualidade de vida dos moradores. Através da associação de moradores Oásis, a população já usa a floresta para produção de mel e até criação de galinhas. Leia mais no Boletim da UFMG.
Aliando sistemas agroflorestais para produção madeireira e envolvimento da população local na gestão da área tratada, a equipe das pesquisadoras Maria Rita Scotti Muzzi e Nadja Horta de Sá garante o fornecimento de madeira para a população local, mas também a preservação de espécies da caatinga arbórea, que era a vegetação nativa. Em vez de reflorestar a área apenas com árvores nativas, foram feitos consórcios com eucaliptos, que, depois de adultos, poderão ser cortados para uso econômico da madeira.