Foca Lisboa |
O vice-ministro da Educação Superior de Cuba, Eduardo Cruz Gonzáles, em visita à Universidade Federal de Minas Gerais, disse hoje que seu país pretende enviar pesquisadores ao Brasil já a partir do próximo mês, para desenvolver ações de cooperação em pesquisas nas áreas de biologia, agricultura, veterinária e bioinformática com as universidades federais brasileiras. Ele foi recebido pela reitora e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Ana Lúcia Gazzola, e apresentado na manhã de ontem a diretores das diversas Unidades e chefes de departamentos da Universidade. Depois de dois dias de visitas às instalações da universidade, Gonzáles afirmou que ficou impressionado com o tamanho e a estrutura da UFMG, "uma universidade forte e bela. Já tínhamos uma boa impressão dela, pelo que víamos pela Internet. Mas ela é ainda mais impressionante", afirmou. Segundo ele, o processo de aproximação que dirigentes de instituições de ensino superior e representantes dos ministérios da Educação dos dois países começaram a viver em janeiro passado, quando uma delegação de 30 reitores brasileiros e técnicos do MEC visitou Cuba, deve agora começar a se estender para os pesquisadores. Permancência Algumas unidades da UFMG, como a Faculdade de Educação e a Escola de Veterinária, já desenvolvem projetos de cooperação com universidades cubanas, como as de Matanzas e Isla de la Juventud, além do Instituto de Ciências Agrárias. Assim como elas, outras federais brasileiras também têm parcerias semelhantes. A idéia é de que os projetos isolados sejam transformados num acordo bilateral de fortalecimento da pesquisa nos dois países, criando linhas de fomento e possibilidades de intercâmbio entre professores e alunos. Diplomas
"Reitores, diretores e ministros ocupam um cargo político e passam com o tempo. É importante que eles estabeleçam relações próximas, mas essa cooperação pode ser quebrada quando um deles deixa o governo. Já os líderes científicos são permanentes, estarão sempre envolvidos com a pesquisa. Depois de iniciada uma relação de cooperação entre eles, é difícil quebrá-la, ainda que haja mudanças políticas. E essa cooperação resulta no fortalecimento da pesquisa de nossos países", defende Eduardo Gonzáles.
Ainda na tarde de hoje, o vice-ministro e a presidente da Andifes encontram-se com representantes da Capes e do MEC, em Brasília, para discutir a validação de diplomas e certificados. Cuba não pretende reivindicar a revalidação automática dos seus documentos, mas quer tornar as regras mais transparentes. "Todos reconhecemos que os países são soberanos para revalidar diplomas estrangeiros com base na avaliação de mérito. Os diplomas emitidos no Brasil também passam por uma avaliação nos outros países. Mas é possível discutir melhor a definição de critérios", disse a reitora Ana Lúcia Gazzola.