Omar Freire/Divulgação |
A Praça da Ciência, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está entre os prédios que vão integrar o Circuito Cultural Praça da Liberdade, anunciado nesta quinta-feira, 17, pelo governador Aécio Neves. O prédio de quatro andares que atualmente abriga a reitoria da Univesidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) será transformado num espaço permanente de divulgação do conhecimento científico e tecnológico, um museu interativo. Entre os maiores estados do País, Minas era o único a não contar com um espaço de difusão do conhecimento científico, como a Casa da Ciência, do Rio de Janeiro, e a Estação Ciência, de São Paulo. O lançamento do Circuito Cultural ocorreu em solenidade pública na Alameda Central da Praça da Liberdade. Os prédios do entorno da praça receberam estandartes coloridos indicativos dos espaços culturais que passarão a abrigar após as reformas. Participaram da cerimônia, além do governador e secretários do Estado, o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, representantes das empresas patrocinadoras do projeto, Vale do Rio Doce, Banco do Brasil, Telemar e Fundação Roberto Marinho. A UFMG foi representada pelo vice-reitor, Marcos Borato Viana, o pró-reitor de Extensão, Edison Jose Corrêa, a coordenadora do Programa UFMG-Jovem, Bernadette de Fátima Trigo Passos, o coordenador do Observatório Astronômico, Renato Las Casas. O diretor do Museu de Historia Natural e Jardim Botânico da UFMG , Paulo Henrique Ozório Coelho, foi representado por Terezinha Maria Furiatti. A realização da Praça da Ciência se tornou possível através da parceria entre os projetos de divulgação científica que já existem na universidade, como a Rede de Museus, a UFMG-Jovem e o Observatório Frei Rosário, da Serra da Piedade. A coordenação fica a cargo, além de Bernadette Trigo, do pró-reitor de Extensão, Edison Corrêa, e do diretor do Museu de História Natural, Paulo Henrique Ozório Coelho. Haverá um conselho para definir a ocupação dos espaços do museu, que não terá acervo permanente, à exceção do planetário, que será instalado no teto do prédio. Espaço Além disso, o espaço físico precisa permitir a rápida adaptação a todo tipo de exposição. Por isso, os andares não terão paredes, para que seja possível reordenar o espaço com divisórias de acordo com a necessidade", explica Bernadette Trigo, representante do programa UFMG-Jovem no projeto. "A universidade sempre se preocupou em disseminar o conhecimento científico, o que justifica o fortalecimento da Rede de Museus e eventos como a Reunião Anual UFMG-Jovem. Mas encontrávamos uma limitação que é o deslocamento das pessoas até o campus da Universidade e às suas diferentes unidades. Agora, a ciência chega a um espaço nobre, de fácil acesso, que facilita o contato e amplia nossas possibilidades de oferecer conhecimento à população", descreve Bernadette. Projeto "Este andar dá apoio ao planetário, por isso esse espaço será fixo. Mas nos demais, a proposta é que haja um revezamento da programação a cada três meses com participação de todas as unidades, das Belas Artes à ciência pura", explica Bernadette. A manutenção do prédio ficará por conta do governo do Estado e a contrapartida da Universidade será o acervo, os funcionários e bolsistas de extensão. Todas as exposições que passarem pelo museu serão documentadas. Assim, uma visita ao museu em qualquer tempo oferecerá mais do que os acervos que estiverem expostos naquele momento. "Tudo será documentado em VHS, DVD, CD-ROMs e haverá espaço para que as pessoas acessem esse material a qualquer momento. Eventualmente podemos fazer projeções pois teremos um telão que ficará do lado de fora do prédio e poderá ser visto por quem estiver andando na Praça da Liberdade", explica Bernadette Trigo. Circuito Cultural O Circuito Cultural vem sendo discutido, há mais de seis meses, por meio da Comissão Especial de Estudos do Centro Cultural Praça da Liberdade. A comissão recebeu sugestões e idéias dos mais representativos grupos artísticos mineiros, de órgãos governamentais e não-governamentais, além de entidades empresariais e do setor turístico. Também fez consultas públicas à sociedade, através de pesquisas de opinião. O governo estadual anunciou que não vai alugar outros espaços para abrigar as secretarias e órgãos administrativos que deixarão o local enquanto constrói novo Centro Administrativo, no bairro Carlos Prates, na região Noroeste da capital. Outros prédios públicos, como o do antigo Bemge, na Praça Sete, deverão ser usados para esse fim.
O prédio destinado à Praça da Ciência tem uma área de aproximadamente 1.500 metros quadrados distribuídos em quatro andares. Serão necessárias obras para adaptar a infra-estrutura física às necessidades de um museu. "É necessário fazer alterações nas redes elétrica e hidráulica para permitir o uso de equipamentos necessários aos laboratórios.
Segundo o projeto, o andar térreo do prédio terá recepção, bilheteria, hall de entrada, loja e administração. O primeiro andar deverá ser destinado à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais e às empresas patrocinadoras e colaboradoras do projeto. O segundo andar será destinado às exposições e mostras interativas e virtuais das unidades da UFMG e o terceiro andar será usado pelos projetos Física Fácil e Astronomia do Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas da UFMG.
O Circuito Cultural Praça da Liberdade é um complexo de espaços de cultura que funcionarão em edifícios públicos do entorno de um dos principais cartões postais de Belo Horizonte, a Praça da Liberdade. Criado para ser um grande cenário de convivência e lazer, o circuito deverá abrigar espaços para atividades culturais e salas de apresentações de música clássica e popular, além de salas para dança, teatro, bibliotecas, videotecas, museus, livrarias, restaurantes, cafés e lojas.