Reunir o conhecimento produzido em universidades e sindicatos sobre o trabalho no mundo contemporâneo à ação de órgãos públicos na área ambiental, de saúde e do trabalho. Essa é a linha do Observatório do Trabalho, uma nova entidade de defesa dos direitos do trabalho que a UFMG lança nessa quinta e sexta, dias 5 e 6 de maio, durante seminário na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. O evento vai reunir representantes de sindicatos, vereadores, deputados, professores e estudantes universitários nos períodos da manhã e da tarde no auditório Sônia Viegas da Fafich, localizado na no campus Pampulha da UFMG. "Propomos uma ação civilizatória a esse universo", diz o professor Carlos Roberto Horta, coordenador da nova entidade e que, desde 1984 participa do Núcleo de Estudos do Trabalho Humano (Nesth), da UFMG, além de dirigir o Unitrabalho, rede interuniversitária dedicada à realização de pesquisas sobre o tema. Horta observa que, na atualidade, as condições de trabalho têm se depreciando continuamente. "As agressões aos direitos do trabalhador, à saúde e ao meio ambiente fazem parte de um único problema", avalia o professor. Para fazer frente a tantos desafios, o Observatório do Trabalho terá a participação de diversas organizações. Até o momento, a entidade conta com parcerias da Delegacia Regional do Trabalho, Dieese, CUT, Unitrabalho, Fundacentro e da Escola Sindical 7 de Outubro. "O Observatório deve se beneficiar de pesquisas produzidas pela academia, que são independentes e comprometidas com os direitos do cidadão", diz Horta. Através das pesquisas, os especialistas poderão sugerir ações de garantia dos direitos do trabalho, de melhoria à saúde do trabalhor e de defesa ao meio meio ambiente. Selo de Qualidade Social Caberá à UFMG emitir a certificação. "Acreditamos na evolução da capacidade crítica do consumidor", diz Horta, ao lembrar da importância em divulgar informações sobre o compromisso das empresas com os direitos do trabalho e o meio ambiente. Através dessas informações, o professor acredita que o público terá referências para definir o consumo de produtos e serviços, dando preferência a empresas socialmente comprometidas. O Observatório do Trabalho terá sede na Fafich, salas 4222 e 4224. Recentemente, a nova entidade recebeu R$ 70 mil para aquisição de automóvel e equipamentos. Os recursos são provenientes de emenda parlamentar ao Orçamento da União, proposta pelo depetudo federal Sérgio Miranda. Demais informações pelo telefone (31) 3409-5069. Confira a programação do semináro: Programação Dia 5 de maio 14h30 6 de maio 14h30
De acordo com Horta, qualquer pessoa poderá sugerir temas para pesquisa. Quanto a denúncias, serão encaminhadas aos órgãos responsáveis pela apuração e solução dos problemas. Outra linha de trabalho inovadora do Observatório será a instituição do Selo de Qualidade Social para empresas que respeitem direitos do trabalho, a exemplo da série ISO.
O seminário de lançamento do Observatório do Trabalho tem a seguinte programação:
Horário: 9h30
Abertura
Palestra: Oportunidade de pesquisa para um Observatório do Trabalho
Michel Le Vem, pesquisador e professor da UFMG.
Presença de representantes de entidades parceiras: Dieese, CUT, Fundacentro, Delegacia Regional do Trabalho, Unitrabalho e Escola Sindial 7 de Outubro
Palestra: Condições do trabalho em grandes setores econômicos
Representante do Departamento nacional de Produção Mineral e Márcio Pochmann, professor da Unicamp e ex-secretário do Trabalho da Perfeitura de São Paulo na gestão Marta Supliy.
9h30
Implantação oficial do Observatório do Trabalho
Palestra: Trabalho e políticas para o trabalho no mundo de hoje
Ana Lúcia Gazzola, reitora da UFMG
Sérgio Miranda, deputado federal pelo PC do B; Edison José Corrêa, pró-reitor de Extensão; João Pinto Furtado, diretor da Fafich; representante da Confederação Geral dos Trabalhadores da Itália
Mesa-redonda: Experiências de observatórios do trabalho e observatórios sociais, com Juarez Dayrell, professor da FAE, UFMG e coordenador do Observatório da Juventude, Roberto Veras, professor da Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, e coordenador regional do Unitrabalho no Nordeste, Carlos Roberto Horta, professor do departamento de Ciências Políticas da UFMG e Mércia Consolação, pesquisadora do Instituto Observatório Social, Santa Catarina