Pesquisadores da UFMG e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desenvolverão pesquisa para estudar a varíola bovina. O projeto, gerenciado pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), foi selecionado entre 13 propostas para receber financiamento de 100 mil dólares do Nacional Institute of Health (NIH), dos Estados Unidos. A varíola bovina, causada pelo vírus vaccinia, caracteriza-se por lesões nas tetas das vacas e na boca dos bezerros que mamam em animais doentes. O vírus é transmitido em contato com as feridas, o que também pode provocar lesões nas mãos e antebraço dos ordenhadores. Ainda não existe um tratamento para combater o vírus, apenas uma terapia de suporte que ataca os sintomas da doença, que dura de 15 a 20 dias. Segundo a professora Zélia Lobato, do Laboratório de Virologia Animal da Escola de Medicina Veterinária da UFMG, as lesões são muito doloridas e podem gerar infecções secundárias na vaca. “Mesmo com as feridas, o produtor não deixa de utilizar os animais na ordenha. Eles sofrem com as dores e diminuem a produção de leite. Com isso, podem contrair mamite, doença que faz o leite pedrar”, explica a professora. Ela acrescenta ainda que o ordenhador contaminado deixa de trabalhar por alguns dias, o que aumenta o prejuízo do produtor. O projeto, coordenado pelo pesquisador Flávio Guimarães, da Fiocruz, deverá começar ainda este mês. Na UFMG, as pesquisas ficarão a cargo das equipes das professoras Zélia Lobato, da Veterinária, e Erna Kroon, do Laboratório de Vírus do ICB. O objetivo é desenvolver amplo estudo sobre todos os aspectos da varíola bovina, incluindo pesquisa de desenvolvimento de vacina e tratamento direto para o vírus.