Uma velha percepção do senso comum, segundo a qual as crianças de hoje são mais inteligentes que as do passado, acaba de ganhar respaldo científico. Com base em dados apurados em 2002, o Laboratório de Avaliação das Diferenças Individuais (Ladi), do departamento de Psicologia da Fafich, constatou que o Quociente de Inteligência (Q.I.) das crianças belo-horizontinas entre 7 e 11 anos é, em média, 17 pontos maior que o de meninos e meninas da mesma faixa etária que moravam na capital mineira em 1930. A pesquisa, coordenada pela professora Carmen Mendoza, foi possível graças aos estudos realizados pela educadora russa Helena Antipoff, que mudou-se para o Brasil em 1929. Assim que chegou a Belo Horizonte, Antipoff começou a estudar o desenvolvimento intelectual das crianças mineiras e, em 1931, publicou um livro apresentando os resultados de suas pesquisas. A professora atribui a elevação da capacidade cognitiva dos meninos e meninas às melhorias nas condições de saúde, higiene e alimentação. "Hoje, a maioria das mães realiza exames pré-natal e têm a preocupação de levar os filhos ao médico. As crianças de hoje também são mais estimuladas, e o acesso à informação é muito maior", aponta. O estudo realizado pelo Ladi é o primeiro no mundo a abranger um intervalo de tempo acima de 70 anos. "Isso é uma novidade para a comunidade científica nacional e internacional. Geralmente, os estudos de ganho cognitivo entre gerações compreendem um intervalo de 30 a 50 anos", revela a coordenadora de estudos. Leia reportagem completa na edição 1.490 do Boletim UFMG (www.ufmg.br/bol1490).