O carro de milhagem da UFMG obteve, nesse final de semana, em Indaiatuba, no estado de São Paulo, a segunda colocação na Eco Maratona 2005, competição nacional de automóveis que buscam percorrer a maior distância com apenas um litro de gasolina. Com a marca de 250 km/l, o carro da Universidade foi superado apenas pela equipe da Universidade Mackenzie, campeões também de 2004 e que chegou à marca de 390 km/l. A competição envolveu 18 participantes, todos oriundos de instituições de ensino superior do país. De acordo com o coordenador do projeto da UFMG, professor Paulo Iscold, a experiência, inédita na Universidade, foi excelente, especialmente para os alunos. "Eles puderam estar no mais sofisticado campo de provas automobilístico da América Latina, mostrando seu trabalho e lutando pela colocação", diz o professor, observando ainda que a tensão, a temperatura e o vento influenciaram no rendimento da equipe. Iscold avalia, no entanto, que esses fatores exigem experiência para serem superados. Paulo lembra que a marca da UFMG ficou um pouco abaixo do índice esperado, apesar de o carro contar com tecnologia mais sofisticada, em especial o controle eletrônico do funcionamento do motor. "Todas as outras equipes tinham controle manual", informa Iscold, revelando que, por esse motivo, a equipe do Mackenzie, chegou a perder boas oportunidades na competição, pois a velocidade do carro não atingia a média determinada pela organização da Maratona O coordenador explica que a equipe da UFMG deixou de obter a primeira classificação devido a um erro de estratégia na escolha da velocidade de aceleração do motor. Ele diz que o grupo optou em acionar o acelerador até o máximo ao religar o motor do carro. "Isso proporcionava a máxima aceleração para o automóvel atingir o limite superior de velocidade", diz Iscold. Os concorrentes, no entanto, evitaram essa estratégia e apostaram em aceleração constante. "A manobra produz menor consumo de energia", esclarece o professor. Em busca de parceiros Já existem linhas de pesquisas na UFMG que devem ser aplicadas no projeto, a partir de 2006. Uma das mais promissoras envolve tese de doutorado que abre a “caixa preta” da tecnologia de injeção eletrônica, totalmente importada pelo país. O domínio desse know-how é considerado estratégico para a indústria nacional. Iscold explica, ainda, que o projeto pretende utilizar outras alternativas energéticas que o país não domina, como a célula-combustível. Nela, o hidrogênio é usado para produzir energia mecânica, processo que pode ser qualificado como uma tecnologia limpa. “De rejeito, ele gera apenas água e calor”, diz o professor. De acordo com Iscold, após a boa performance na Eco Maratona, o próximo desafio da UFMG é tornar-se a primeira equipe brasileira a quebrar a barreira dos 1.000 km/l. "Queremos desenvolver um protótipo que, apesar de não ter consumo tão espetacular, provará que esta tecnologia pode ser aplicada em um veículo comum", revela o professor. Para isso, Iscold conta com a adesão de novos patrocinadores. Leia mais sobre o carro de milhagem na edição 1491 do Boletim UFMG em http://www.ufmg.br/boletim/bol1491/quarta.shtml Carro de milhagem da UFMG Eco Maratona Equipe de construção do carro e desenvolvimento da eletrônica embarcada: Professores participantes:
Construído nas oficinas do Centro de Estudos Aeronáuticos (CEA) da Universidade, o carro da UFMG usa motor de 1HP da Honda, rodas de bicicleta aro 20 polegadas com modificações para reduzir o atrito de rolamento e possui sistema de transmissão por corrente, sem marcha. Sua estrutura é feita de tubos de aço cromo-molibidênio soldados com processo TIG. Ela tem carenagem de fibra de vidro e pesa cerca de três quilogramas. O peso total do carro chega a 35kg, em ordem de marcha, sem o piloto. Seu sistema eletrônico para controle do motor é essencial para economia de combustível.
Coordenação: Departamento de Engenharia Mecânica - prof. Paulo Iscold
Custo: R$ 7 mil
Patrocinadores: Auto Japan, VZAN, Fibraer e Megaspace
Colaboração: Cetec-MG e UEMG
Apoio: Escola de Veterinária, Escola de Engenharia, Centro de Estudos Aeronáuticos e Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento da UFMG
Chefe de equipe na prova de pista:
Fabrício José Pacheco Pujatti, mecânicos de pista: Alvim Rios Jr., Roberto Cardoso, Osvane Faria, Rodrigo Molina; piloto: Antonio Rafael da Silva Filho.
Jesus Isaias Inácio Jr., Túlio Magno Q. M. Filho, Eduardo Pimentel Silvestrow, Weiler Marcato, Henrique Geanezi, Francisco Noremosse, Rodrigo Capobiango Pereira, Daniela Aparecida, Fabrício D. Valente, Ademir G. Ferreira Jr., Bjoern P. Hansen - Intercâmbio Internacional - Dinamarca, Luiz Augusto Tavares Vargas.
Ramon Molina Valle, Rogério Pinto Ribeiro, Leonardo Torres e Marcos Severo (Escola de Engenharia da UFMG)