Transdisciplinaridade foi a palavra-chave deste segundo dia do 37º Festival de Inverno da UFMG, inaugurado no último domingo em Diamantina, onde prossegue até dia 30. A programação teórica teve cardápio a instalação de dois eventos tipicamente transdisciplinares: o simpósio Diálogos Possíveis e a oficina Introdução à transdisciplinaridade. Buscando discutir a produção da arte contemporânea e suas relações com as diversas áreas de conhecimento, o simpósio Diálogos Possíveis foi aberto com uma palestra do físico Alfredo Gontijo professor da UFMG e diretor-presidente do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat) da Universidade. Gontijo falou da experiência desenvolvida pelo órgão, que tem trazido à UFMG, para o cumprimento de programas de cátedra acadêmica, pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, provenientes do Brasil e do outros países. A análise das possibilidades desse diálogo é também o tema da oficina Introdução à Transdisciplinaridade, ministrada pelo professor de História da Arte e Arquitetura da UFMG, Carlos Antônio Brandão. A oficina busca discutir atividades transdisciplinares a partir de sua analogia com a metáfora e a tradução, envolvendo alunos de diversas formações e cursos.
Segundo ele, "a intenção do Ieat é, essencialmente, promover a aproximação das áreas do conhecimento, possibilitando uma interlocução entre elas que vá além da especialização disciplinar. É possível olhar a área do outro com o olhar do outro, e não com o meu olhar", afirma.
Segundo Brandão, é preciso manter um lugar comum às áreas isoladas do saber. "O conhecimento agregado, apesar de preciso, é amorfo e desarticulado, incapaz de refletir sobre si mesmo. O Festival é, nesse sentido, uma tentativa de articulação dos segmentos, na busca da especialização da arte", avalia. Mais notícias sobre o dia-a-dia do Festival na Internet.