O campus Pampulha foi palco de solenidade inédita, na manhã deste sábado, 30 de julho, ao receber, pela primeira vez, em espaço ao ar livre, a formatura de alunos de graduação da Universidade. Sob as árvores do bosque entre a Reitoria e a Escola de Música, cerca de cinco mil pessoas participaram da formatura da turma 118 da Faculdade de Medicina, que homenageou o médico e ex-prefeito de Belo Horizonte Célio de Castro. “Escolhemos este espaço por ser um ambiente agradável e porque queremos mostrar, aos nossos convidados, o campus da Universidade, que tanto nos orgulha”, explica a aluna Luciana Reis da Silveira, que compõe a Comissão de Formatura. A escolha do local também ocorreu devido ao desejo dos 162 formandos de levar um grande número de convidados ao evento. “A Universidade não dispõe de outro ambiente propício a uma cerimônia de tal magnitude”, diz a formanda. Homenagens O diretor da Faculdade de Medicina, professor Geraldo Brasileiro, pediu aos novos médicos que não se afastem da Universidade, “pois essa Casa é de todos nós”, disse. A seguir, o orador da turma, Juliano Dias, utilizou a figura do rio para se referir à tajetória dos estudantes. “O rio não pode voltar, tem de entrar no oceano. Não se trata de desaparacer nele, mas de tornar-se oceano. Tornemo-nos oceanos, sejamos médicos, com as virtudes que o seu significado comporta”, afirmou. Em seu agradecimento à UFMG, disse que a turma se orgulha de ter “seu emblema estampado em nossos diplomas”. No discurso de encerramento, a reitora Ana Lúcia Gazzola afirmou que “entre as lições que uma universidade pode ensinar a seus estudantes, a mais preciosa é a reverência diante da dignidade humana, a luta, sempre inacabada, contra tudo o que ameaça e avilta a vida dos homens e das mulheres. E dessa lição, a Universidade Federal de Minas Gerais, que hoje os diploma, sempre foi ciosa”. Falaram ainda o patrono e o paraninfo da turma, respectivamente os professores Marco Antônio Gonçalves Rodrigues e Carlos Eduardo Conrad Fonseca; e o homenageado especial, professor Enio Pietra. A formanda Luciana Alves Milanês prestou homenagem aos professores, cantando a música Canção da América.
Sob as árvores reuniram-se cerca de cinco mil pessoas
O evento incluiu homenagem a professores e servidores da Faculdade e do Instituto de Ciências Biológicas. Antes do início oficial da solenidade, a reitora Ana Lúcia Gazzola pediu aos presentes uma salva de palmas para Célio de Castro, “que é o vivo testemunho de que se pode fazer política com ética”. Em seu discurso, a Reitora lembrou que nestes momentos difíceis por que passa o Brasil, a Universidade, como instituição pública, levanta sua voz “contra o cinismo e a favor da esperança combativa”.