O livro Prevalência de incapacidades: um estudo da situação com base em sete municípios de Minas Gerais, resultado de pesquisa realizada por professores da UFMG, será lançado nesta quarta-feira, 24 de agosto, às 15 horas, no auditório Luis de Bessa, na Praça da Liberdade. Encomendado pela Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa Deficiente (Caade), com recursos do Ministério da Saúde, o estudo buscou investigar em Araxá, Coromandel, Diamantina, Itabira, Montes Claros, Paracatu e Teófilo Otoni o número de pessoas com graves incapacidades físicas e mentais, surgidas no nascimento ou adquiridas ao longo da vida. As constatações quantitativas e qualitativas da pesquisa, realizada entre 2002 e 2004 com apoio da Fundep, foram detalhadas no livro, que conta com tabelas, gráficos e capítulos específicos para cada cidade. Os dados recolhidos pelo estudo revelam a necessidade de políticas públicas relacionadas à melhoria de vida da população com grande incapacidade física. Para se ter uma idéia, em Araxá, 5,5% da população possui graves deficiências. O menor índice (2,6%) foi verificado em Diamantina e os outros cinco municípios estão entre 3% e 4%. "Após os resultados da pesquisa, realizamos seminários em todas as cidades envolvidas, para discussão dos números", explica o professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Geraldo Cunha Cury, coordenador-geral do estudo. Além disso, reuniões entre empresas, moradores e entidades públicas e comunitárias buscaram chegar a políticas de ampliação da acessibilidade do deficiente. "Na UFMG, há a proposta de criação de uma disciplina multiprofissional que trabalhe as atenções coletiva e individual ao deficiente", completa. Uma das principais discussões levantadas pela pesquisa diz respeito ao alto índice de pessoas com grave incapacidade entre moradores considerados "miseráveis", que sobrevivem com renda per capita mensal de até meio salário-mínimo. Em Montes Claros, por exemplo, o estudo mostrou que as famílias com tal padrão de vida têm duas vezes mais chance de abrigar um deficiente, se comparadas com núcleos familiares mais abastados. "Os moradores com maior poder aquisitivo têm mais alternativa de prevenção e tratamento", afirma Geraldo Cury.