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O Ministério da Educação destinou R$ 1 milhão do programa Brasil Alfabetizado para confeccionar obras literárias indígenas, já selecionadas e a caminho das gráficas. Inicialmente, serão 22 títulos com tiragens variadas e em diferentes línguas, como Macaxali, Pataxó, Xakriabá, Xavante e Bororo. As obras serão editadas nuima parceria do Brasil Alfabetizado com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os livros são de autores indígenas, que vivem próximos aos rios Negro e Xingu e dos estados de Mato Grosso, Pernambuco, Minas Gerais e Amazonas, principalmente. De acordo com Kleber Gesteira, coordenador-geral de Educação Escolar Indígena do MEC, parte dos recursos do Brasil Alfabetizado será utilizada em 2006. Segundo Gesteira, parte do acervo irá ainda este ano para as escolas nas aldeias. "As obras são para que as pessoas, que estão sendo alfabetizadas ou que recentemente se alfabetizaram, tenham material de leitura em sua língua materna", explicou Gesteira. Escolas Os recursos são parte do material didático a ser utilizado durante as aulas. Nesse sentido, um conjunto de 71 projetos com vários títulos está sendo analisado pela Comissão de Apoio à Produção de Materiais Didáticos (Capema), que tem 16 membros, entre eles oito professores indígenas e especialistas em educação. Pela UFMG, participa da seleção a professora Maria Inês de Almeida, da Faculdde de Letras e coordenadora do projeto Literaterras, de resgate de narrativas indígenas, que também edita a revista Bay. A Capema conclui a análise das obras nesta sexta-feira, 26, no Bitar Hotel Plaza, em Brasília. No dia 30, o MEC divulgará os projetos selecionados, que serão financiados pelo Ministério. Foram inscritos também livros didáticos. Após a seleção, será feita a licitação para confeccionar os materiais. Alguns estarão prontos em novembro. (Com Assessoria de Comunicação do MEC)
Hoje, existem 2.228 escolas indígenas no país, onde estudam 147 mil alunos do ensino básico. Aproximadamente 90% dos 7.500 professores dessas escolas também são indígenas. Em 2006, além de obras literárias, as comunidades vão receber CDs, DVDs, vídeos, mapas, jogos e cartazes, para valorizar a oralidade dos seus povos.