Genomas das bactérias Mycoplasma synoviae e Mycoplasma hyopneumoniae foram seqüenciados por grupo de profissionais de laboratórios brasileiros, dos quais fazem parte os professores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Fabrício Santos, Santuza Teixeira e Sérgio Pena. As conclusões do estudo, pioneiro no mundo, estão no artigo Patógenes de suínos e aves: a seqüência completa do genoma de duas linhagens do M. hyopneumoniae e uma linhagem do M. Synoviae, publicado na revista norte-americana Journal of Bacteriology, da Sociedade Americana de Microbiologia (EUA), em sua edição de agosto. A importância da decodificação dos genomas dos dois microorganismos pode ser medida pelo impacto que eles causam na economia rural. Bactérias Mycoplasma são agentes causadores de doenças respiratórias e das articulações em porcos e aves – geralmente galinhas e perus –, o que compromete as criações suínas e avícolas e interfere na produção de carnes e ovos. “São doenças de difícil diagnóstico. A contaminação pelo Mycoplasma só é detectada quando o animal já está bastante debilitado”, explica a professora Santuza Teixeira, do Laboratório de Bioquímica e Imunologia do ICB. De acordo com o professor Fabrício Santos, do Laboratório de Biologia Geral, o estudo do genoma, além de contribuir para o diagnóstico das patogenias, pode ajudar no desenvolvimento de vacinas. “No sequenciamento, foram detectados genes com certas proteínas, potenciais alvos de vacina”, afirma. Para ele, o genoma traz, sobretudo, pistas da atuação das bactérias nas células dos animais infectados. Uma caracterísitca é a plasticidade genômica. “Isso significa que os DNAs são altamente flexíveis, isto é, o gene possui alta capacidade de mudança genética”, explica. Leia reportagem completa na edição 1.498 do Boletim UFMG em www.ufmg.br/boletim/bol1498/oitava.shtml