Resultado de pesquisa realizada por professores da UFMG, foi lançado o livro Prevalência de incapacidades: um estudo da situação com base em sete municípios de Minas Gerais. O estudo investigou em Araxá, Coromandel, Diamantina, Itabira, Montes Claros, Paracatu e Teófilo Otoni o número de pessoas com graves incapacidades físicas e mentais, surgidas no nascimento ou adquiridas ao longo da vida. A publicação foi encomendada pela Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa Deficiente (Caade), e contou com recursos do Ministério da Saúde. Mapeamento Para se ter uma idéia, em Araxá, no Triângulo Mineiro, 5,5% da população possui graves deficiências. O menor índice (2,6%) foi verificado em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, e os outros cinco municípios estão entre 3% e 4%. “Após os resultados da pesquisa, realizamos seminários em todas as cidades envolvidas, para discussão dos números”, explica o professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Geraldo Cunha Cury, coordenador-geral do estudo. Além disso, reuniões entre empresas, moradores e entidades públicas e comunitárias discutiram políticas de acessibilidade. “Na UFMG, há a proposta de criação de uma disciplina multiprofissional que trabalhe as atenções coletiva e individual ao deficiente”, completa. Pobreza Em Montes Claros, por exemplo, o estudo revelou que as famílias com tal padrão de vida têm duas vezes mais chance de abrigar um deficiente, se comparadas com núcleos familiares mais abastados. “Os moradores com maior poder aquisitivo têm mais alternativa de prevenção e tratamento”, justifica Geraldo Cury.
As constatações da pesquisa, realizada entre 2002 e 2004 com apoio da Fundep, foram detalhadas no livro, que conta com tabelas, gráficos e capítulos específicos para cada cidade. Os dados recolhidos pelo estudo revelam a necessidade de políticas públicas para melhorar a vida da população com grande incapacidade física.
Uma das principais discussões levantadas pela pesquisa diz respeito ao alto índice de pessoas com grave incapacidade entre a população formada por miseráveis que sobrevive com renda per capita mensal de até meio salário-mínimo.