Idealizado com o intuito de estimular o debate sobre os caminhos da arte e da cultura no país, o projeto Jovens Artistas - A universidade recebe a nova geração, apoiado pela Secretária de Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação (MEC) e realizado na UFMG, entra em seu terceiro módulo, em que será discutido o tema Performances e mídias contemporâneas. Nesta terça-feira, 10h30, no auditório da Reitoria UFMG (avenida Antônio Carlos, 2226, Campus Pampulha), será realizada mesa-redonda com os artistas mineiros Eder Santos e Rosângela Rennó e com o carioca Michel Melamed, que participam do último módulo do projeto. Após o debate, haverá exibição de vídeos com os trabalhos dos três artistas. Mais informações no endereço eletrônico Os outros módulos O projeto Em 2004, assim que a UFMG recebeu o convite da Sesu para sediar o evento, a reitora Ana Lúcia Gazzola nomeou a comissão responsável pela concepção do projeto: os professores Fabrício Fernandino, diretor de Ação Cultural da Universidade, Reinaldo Marques e Eneida Maria de Souza, ambos da Faculdade de Letras. “O projeto busca estabelecer um espaço de diálogo a respeito da produção artística recente e discutir as vertentes de ação criativa no Brasil”, explica o professor Fabrício Fernandino. Arte e academia O projeto, portanto, apresenta-se "como forma de rasurar as fronteiras que separam o saber acadêmico das múltiplas manifestações artísticas, estimulando a recepção de talentos e valores emergentes". A primeira versão do projeto, que tem como consultor o ensaísta Silviano Santiago, está sendo realizada na UFMG, mas, nos anos seguintes, pretende-se levar a iniciativa a outras instituições brasileiras. A expectativa é de que as manifestações artísticas dinamizem a produção da academia. Ao mesmo tempo, através da "estratégia de legitimação dos novos talentos pela academia, ao aliar o estético ao político e social, Jovens Artistas constitui alternativa ao poder do mercado como instância privilegiada de definição de valores". A organização do evento ressalta que, durante a década de 1990, a relação entre a academia e os artistas limitou-se à realização de eventos específicos, promovidos, por exemplo, por entidades estudantis. "A partir de 2000, torna-se evidente a interlocução entre a universidade, a sociedade e o governo nas várias áreas de conhecimento, notadamente na área cultural". Através de Jovens Artistas, cineastas, compositores, poetas, dramaturgos, artistas plásticos e performáticos têm espaço privilegiado para o debate com o público universitário.
www.ufmg.br/dac/paginas/acoes/ acoes_2005-09_jovensmodulo3.html
No primeiro módulo do projeto jovens artistas, o projeto reuniu na UFMG, para discutir o tema Cinema e culturas locais, os cineastas Eliane Caffé, Helena Solberg, Cláudio Assis, e Nelson Pereira dos Santos. No segundo, foi a vez da música e da literatura. Para o debate, estiveram na Universidade o poeta, escritor, compositor e cantor José Miguel Wisnik e os poetas Antônio Cícero, Eucanaã Ferraz e Ricardo Aleixo.
A primeira edição de Jovens Artistas, cujo projeto-piloto tem sido realizado na UFMG, conta com recursos da Unesco, repassados à Sesu. O evento busca reunir, no ambiente universitário, jovens artistas de áreas diversas – música, literatura, artes plásticas, dança, teatro, vídeo, cinema, arte eletrônica –, em debates sobre suas realizações, idéias e temas, como cultura e democracia, arte e mercado, identidades culturais, leitura e cidadania.
A criação do projeto Jovens Artistas baseia-se na idéia de aproximação entre as universidades e os "saberes" produzidos pelas artes. Segundo os organizadores da iniciativa, apesar de importante para construção de um programa nacional de cultura e cidadania, o conhecimento produzido por "atores" intelectuais, culturais e políticos muitas vezes não é reconhecido pelas instituições acadêmicas.