Professores indígenas de Minas Gerais poderão ingressar na UFMG no Curso de Formação Intercultural de Professores, licenciatura especial que atende educadores que já atuam em suas comunidades. Aprovada na última quinta-feira pelo Conselho Universitário, a implantação do curso conta com investimento de R$ 500 mil do Ministério da Educação (MEC). "Apostamos numa escolarização de qualidade, que respeite as identidades e as diversidades das culturas", afirma a diretora da Faculdade de Educação, professora Ângela Dalben. Segundo ela, o novo curso tem caráter de continuidade e atende à demanda dos próprios profissionais que já passaram por cursos de formação no nível médio. "A idéia é consolidar o compromisso com os povos indígenas", afirma a professora da FaE, Lúcia Helena Álvares Leite, uma das coordenadoras do projeto. Formação especial Com duração de cinco anos, o curso oferece 150 vagas, restritas aos professores de escolas indígenas do estado. O projeto pedagógico abrange módulos presenciais e a distância, com etapas intensivas em janeiro, fevereiro e julho. "A proposta curricular é ampla. Planejamos oficinas, laboratórios interculturais e projetos sociais", acrescenta Lúcia. Durante a formação, o professor poderá escolher entre as três habilitações oferecidas: Línguas, literatura e arte, Ciências da natureza e matemática e Ciências sociais e humanidades.
O processo seletivo para o curso está previsto já para este ano. As aulas da primeira turma devem começar em 2006. De acordo com a professora Lúcia Álvares, a seleção não será um teste de conhecimentos, mas um processo que leve em conta critérios elaborados em discussões com as comunidades indígenas.