A congregação da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG realizou, na tarde desta segunda-feira, 26 de setembro, no auditório da unidade acadêmica, o primeiro debate, não oficial, com as três chapas que concorrem à Reitoria da Universidade. Mediado pela diretora da FaE, professora Angela Dalben, o encontro reuniu os professores Dirceu Bartolomeu Greco e Antônia Vitória Soares Aranha (chapa 1), Ronaldo Tadeu Pena e Heloísa Maria Murgel Starling (chapa 2) e Jacyntho Lins Brandão e Cristina Helena Ribeiro Rocha Augustin (chapa 3), candidatos a reitor e vice-reitora, respectivamente. Antes do início do debate, os participantes da mesa realizaram um minuto de silêncio em homenagem ao jornalista e escritor Otávio Ramos, falecido no último sábado e que trabalhava na Pró-Reitoria de Extensão. Em seguida, a professora Angela Dalben ressaltou a importância, para a Universidade, das discussões entre candidatos. “Além de conhecermos as propostas para a próxima gestão da Reitoria, o debate é o momento para discutirmos nossas próprias questões”, disse. O encontro seguiu parte das regras que regerão os futuros debates coletivos oficiais, marcados para os dias 5 e 19 de outubro. Durante dez minutos, os candidatos realizaram apresentações gerais, para, em seguida, responderem a perguntas escritas, enviadas pela platéia. Contudo, não houve espaço para interlocução entre as chapas. A sequência para o depoimento dos candidatos foi sorteada, na presença de todos, no momento do debate. Vertentes Como terceira vertente de ação, o professor Ronaldo Pena enfatizou a necessidade de compatibilizar a gestão com o projeto acadêmico. “Estaremos atentos à gestão de espaços e pessoas”, disse o professor. Candidata a vice-reitora da chapa 2, a professora Heloísa Starling ressaltou o papel da Universidade como irradiadora de um ideal de civilização e definiu os três princípios indutores da chapa: primado do interesse público, respeito à diferença e a busca da experimentação. “Precisamos cumprir nosso papel social, respeitar os múltiplos campos do saber e ter noção de nossa relação revolucionária com o novo”, completou. Universidade e política Segundo Jacyntho, é importante retomar os órgãos colegiados como espaços de discussão. “O ideal da Universidade está na formação das pessoas. Daí a importância crucial de retomar algo que se perdeu: a discussão”, completou. Outra questão levantada por Jacyntho Lins Brandão diz respeito à necessidade de correção dos critérios de qualificação docente: “Precisamos deixar de pensar apenas no quantitativo e investir muito em qualidade”, disse. O professor chamou atenção, ainda, para a importância de se pensar políticas efetivas para os servidores técnicos e administrativos. “Nas últimas gestões, não houve continuidade de propostas”, opinou. Com relação aos estudantes, a proposta da chapa 3 centra-se na flexibilização curricular. “Além disso, teremos que discutir as questões materiais. Precisamos promover descentralizar e discutir o orçamento”. Ideais coletivos Dirceu Greco também comentou a importancia da paridade de representação de estudantes, servidores e professores nas eleições para reitor. “Se eleitos, discutiremos essa questão no primeiro semestre da gestão. Não esperaremos as eleições seguintes”, completou. Candidata a vice-reitora na chapa 1, a professora Antônia Vitória Soares Aranha ressaltou a importância de buscar excelência com relevância e investir na consolidação da democracia interna. “Precisamos discutir, por exemplo, a democratização do acesso, através da ampliação de vagas, aumento de campi, criação de cotas para alunos negros e egressos da escola pública”.
Primeiro a falar, o professor Ronaldo Pena, da chapa 2, disse que sua proposta gira em torno de 3 vertentes. A primeira delas diz respeito ao projeto acadêmico, que, segundo ele, não deve ser formulado apenas na Reitoria, mas em todos os espaços da Universidade - das salas de aula aos departamentos e laboratórios. “Devemos buscar excelência em todos os campos e a realidade complexa a nossa volta deve ser constantemente reinterpretada”, comentou. A segunda frente de ação da chapa relaciona-se à representação institucional: “É preciso conhecer a instituição e buscar sintonia entre todos os setores acadêmicos”.
Segundo candidato a apresentar proposta de gestão para a Reitoria, o professor Jacyntho Lins Brandão, da chapa 3, destacou o papel preponderantemente político do reitor da Universidade. “É importante retomar a prática das discussões, principalmente em torno do papel da universidade pública. A UFMG é demandada pela sociedade. Por isso, precisamos potencializar nossas prioridades”, disse.
O candidato Dirceu Bartolomeu Greco, da chapa 1, iniciou sua exposição ao comentar dois pontos cruciais de sua proposta: a valorização dos recursos humanos e a associação entre ensino, pesquisa e extensão. “Temos autonomia para pensar como devemos gerir nossas metas. Se não houver mudanças, continuaremos produtivistas. Assim, a visibilidade pessoal ultrapassa os ideais coletivos”, comentou o professor. Dirceu também ressaltou o papel da Universidade para a construção de um projeto de país. “É preciso revelar a missão de uma instituição pública, gratuita e de qualidade”, disse.