O processo recente de urbanização no Brasil é o tema central do livro Espacialidades em rede - População, Urbanização e Migração no Brasil Contemporâneo, a ser lançado no dia 17 de outubro, a partir das 19 horas, na Livraria da Travessa (Avenida Getúlio Vargas, 1045 – Savassi). Organizada pelo professor Ralfo Matos, do Instituto de Geociências (IGC), a obra é editada através de parceria entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e a editora C/Arte. Escrito por pesquisadores ligados ao Departamento de Geografia do IGC, o livro é resultado de rigorosa pesquisa, que servirá aos interessados nos estudos sobre os novos processos socioespaciais. A obra busca investigar o processo de urbanização recente no Brasil, relacionando a influência da geografia e a constituição das macrorregiões político-administrativas. Os pesquisadores analisam algumas macroterritorialidades geográficas, para, em seguida, aprofundar seu estudo em Belo Horizonte. A obra conta com a análises interdisciplinares, que não se limitam à geografia. A publicação reúne uma série de artigos sobre o tema, cujo fio condutor é a discussão sobre o Brasil e suas principais transformações na (re)distribuição espacial da população urbana, sob a ótica de fatores que influenciaram a conformação do espaço e a mobilidade populacional e econômica. “Três Brasis” Um dos capítulos explora a dimensão da rede urbana brasileira, consubstanciada na discussão de questões de gênero, chefia de domicílios e status migratório. Como desfecho da primeira parte, há análise da mobilidade populacional no espaço sob a ótica das redes geográficas e das redes sociais. Belo Horizonte Em sua terceira parte, a obra focaliza as denominadas microterritorialidades geográficas, especificamente Belo Horizonte e Região Metropolitana. No capítulo 7, é discutido o fenômeno da metropolização, com referência a BH, ressaltando que nem sempre a expansão urbana e demográfica culmina com melhoria das condições de vida de seus residentes. No capítulo, também é abordada a questão da pobreza urbana que permeia a redistribuição da população em periferias da capital mineira. Ao encerrar a obra, o capítulo 9 trata de questões teóricas acerca dos padrões espaciais de distribuição das atividades econômicas no espaço, vis-a-vis com o processo de desconcentração iniciado na década de 1970. Espacialidades em rede - População, Urbanização e Migração no Brasil Contemporâneo é composto por 264 páginas, em formato brochura, e pode ser encontrada nas livrarias da cidade e através do site www.comarte.com, a R$ 35,00. Mais informações na Editora C/ Arte, através do telefax: (31) 3491-2001.
O primeiro capítulo de Espacialidades discute a perspectiva da geografia em torno do debate sobre a constituição de macroregiões político-administrativas, das metamorfoses do espaço nacional à discussão de sua dinâmica territorial. Em seguida, há caracterização da Rede de Localidades Centrais (RCL) do Brasil ao final do século 20. Neste ponto, os pesquisadores investigam “três Brasis”, caracterizados por diferenças que conferem ao país um traço característico e marcante: a diversidade econômica e social das regiões e da população brasileira.
A segunda parte do livro é dedicada à discussão de macroterritorialidades geográficas: Brasil meridional e países do mercosul, Minas e São Paulo. O primeiro texto apresenta os elementos relacionados a antigas e novas territorialidades do Brasil meridional, que favoreceriam o dinamismo de determinadas localidades do Cone Sul. Em seguida, há análise específica da inversão de tendências históricas da migração entre Minas Gerais e São Paulo, aspecto que atualiza a característica do estado em relação aos fluxos migratórios.