A Biblioteca Central da UFMG inaugurou nesta segunda-feira, 7, às 13h, a primeira exposição de trabalhos dos alunos do curso de Ilustração Botânica do ICB. Compõem a mostra cerca de cem ilustrações de plantas da flora brasileira, traçadas com grafite, nanquim e aquarela. A mostra fica abertura a visitação no mezanino da Biblioteca, até 30 de novembro, de 7h30 às 18h. A exposição faz parte do cronograma de atividades do curso de extensão em Ilustração Botânica. O curso foi criado em 2005, com o objetivo de formar mão de obra para esse tipo de representação, utilizada em trabalhos acadêmicos, publicações científicas e, principalmente, para descrições iconográficas da flora. De acordo com a coordenadora do curso e curadora da exposição, Rosa Alves, cada espécie de planta estudada é descrita em seus mínimos detalhes e catalogada. "Há espécies extintas que conhecemos graças a existência de desenhos", conta. As ilustrações são feitas a partir de flores, árvores e arbustos escolhidos pelos próprios alunos, dando prioridade às espécies nativas e endêmicas do estado e às ameaçadas de extinção. Eles fizeram visitas monitoradas a locais que ofereciam variedades de espécies. “Visitamos o Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG e a Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte, onde é possível conhecer a fisionomia dos biomas de Minas Gerais”, conta Rosa. Cada aluno desenvolve as atividades dentro de seu próprio ritmo e capacidade. Ao final, as ilustrações são reunidas num catálogo digital e, também, expostas para visitação pública. De acordo com a coordenadora, o evento foi criado para estimular o trabalho dos alunos. "Eles capricham mais nos traços quando sabem que a ilustração será exposta", diz. Além disso, os currículos dos alunos concluintes passam a integrar um banco de dados para possíveis indicações de trabalho. De acordo com o subcoordenador, Marcos Antônio Ferreira, o curso não tem a pretensão de formar exímios desenhistas. "Apontamos caminhos e ensinamos as normas que classificam um desenho como adequado para publicações científicas", esclarece Marcos Ferreira. Segundo ele, os participantes treinam o olhar durante as aulas. "As pessoas aprendem a ver, a observar e a admirar as flores, antes mesmo de desenhá-las", diz. Para Welton Amaral, aluno do curso e estudante de Belas Artes, a ilustração botânica traz conhecimentos que vão além daqueles que o desenho eferece. “As duas áreas, Artes e Ciências, andam juntas, uma complementando a outra”, afirma. A estudante de Ciências Biológicas Lívia Andrade diz que o trabalho com ilustração favorece o autoconhecimento. “O desenho é um instrumento de conhecimento, não apenas do objeto, mas do observador”, diz Lívia. Para Rosa Alves, o diferencial das ilustrações frente às inovações tecnológicas na produção de imagens é a possibilidade de focar todos os detalhes do objeto. “No desenho tudo é possível. O ilustrador mostra tudo aquilo que deseja, ao contrário da fotografia, que focaliza apenas partes da planta”, afirma Rosa. Os alunos que participaram do curso nesse primeiro ano foram convidadados, pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), para fazerem o inventário florístico de parques ecológicos próximos a Belo Horizonte. As aulas são ministradas aos sábados, distribuídas em dois módulos que somam 60 horas. As turmas são compostas por 15 alunos, o que possibilita o atendimento individual. Em 2006, serão oferecidos também cursos de ilustração entomológica (de insetos) e de fotografia científica. As inscrições acontecem em fevereiro. Serviço:
Exposição de Ilustração Botânica, de 7 a 30 de novembro, das 7h30 às 18h, no mezanino da Biblioteca Central da UFMG.