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A reitora Ana Lúcia Gazolla e o presidente mundial do Grupo Arcelor, Guy Dollé, formalizaram na manhã desta terça-feira, 29, convênio que possibilita formação acadêmica complementar dos estudantes de engenharia da UFMG em centros de pesquisa do grupo europeu, segundo maior conglomerado siderúrgico do mundo. Em períodos de seis a 12 meses, a empresa vai oferecer aos alunos oportunidade para ampliar conhecimentos sobre o uso do aço e acompanhar o desenvolvimento de soluções inovadoras para atender às necessidades brasileiras. Também assinaram o acordo o diretor da Escola de Engenharia da UFMG, Ricardo Nicolau Nassar Koury, o diretor de Assuntos Internacionais e Científicos da Arcelor, Jean Claude Charbonnier, o presidente e o vice-presidente da Arcelor Brasil, respectivamente José Armando Campos e Carlos Panunzi, o diretor-presidente da Acesita, Jean-Philipe Demäel, e o diretor-executivo da Vega do Sul, Serge Lepeltier. Conhecimento e inovação Em sua fala, o presidente mundial da Arcelor, Guy Dollé, ressaltou a importância das parcerias do setor produtivo com universidades. Segundo ele, as pesquisas de ponta apóiam-se em estudos fundamentais, muitas vezes desenvolvidos nas academias. "A formalização desse convênio nos permitirá planejar ações de longo prazo envolvendo os estudantes que serão recrutados", disse Guy Dollé. Ele informou, ainda, que serão realizados seminários e conferências no Brasil com o objetivo de promover o desenvolvimento profissional. Parceria De acordo com o presidente da Arcelor Brasil, José Armando Campos, o grande interesse da empresa em recrutar mão-de-obra brasileira reside na flexibilidade profissional. "O Brasil oferece profissionais com grande criatividade e com facilidade para adaptações frente às inovações tecnológicas", afirma Campos. Segundo o negociador do convênio, professor do departamento de engenharia metalúrgica da UFMG, Vicente Buono, além da possibilidade de trabalhar em laboratórios com infra-estrutura empresarial, os alunos poderão conviver com outra cultura. "Eles abrem uma nova janela cultural para suas vidas e atentam para questões de identidade", analisa o professor. Atuação Para Paulo Vinícius Souza, aluno do 9º período de Engenharia Metalúrgica que passou o primeiro semestre de 2005 em um dos centro de pesquisa da Empresa, a oportunidade de conhecer outra país foi uma experiência pessoal enriquecedora. "Conviver com outra cultura só engrandece o ser humano. Esse acordo que foi formalizado hoje é único para os estudantes de engenharia", disse Paulo. A Arcelor, um dos principais grupos produtores de aço, está presente em 60 países e emprega cerca de 95 mil pessoas. Produziu, no ano passado, 47 milhões de toneladas de aço. Controla a Arcelor Brasil, empresa resultante da união da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, Companhia Siderúrgica de Tubarão(CST) e Vega do Sul.
Durante a cerimônia, a reitora Ana Lúcia Gazolla lembrou os diversos convênios que a UFMG já estabelece com empresas do setor, como a parceria da Acesita com a Escola de Arquitetura para a utilização do aço inoxidável na construção civil. Para ela, esses acordos mostram o novo patamar que a Universidade vem construindo, buscando agregar conhecimento e inovação. "Estamos cientes de que o caminho para a competitividade passa pelo conhecimento", afirmou a reitora.
A parceria entre o Grupo Arcelor e a UFMG iniciou-se em 2003, quando o conglomerado recebeu, em uma de suas unidades na França, um aluno do curso de Engenharia Metalúrgica. Em 2005, nove estudantes embarcaram para centros de pesquisa do Grupo. "É uma oportunidade para os estudantes terem uma visão mundial do mercado", diz a coordenadora do curso de Engenharia Metalúrgica, professora Marivalda de Magalhães.
O trabalho dos estudantes nos centros de pesquisa e em outras áreas da empresa é acompanhado pelas duas instituições. A Arcelor fornece moradia, seguro saúde, alimentação e uma bolsa para auxiliar na subsistência do aluno. A empresa se comprometeu, ainda, a criar o Prêmio Arcelor, no valor de mil euros, que será concedido ao melhor estudante do Programa de Formação Acadêmica Complementar. A empresa também poderá, no futuro, promover o recrutamento de engenheiros formados pela Universidade para integrar seus quadros de empregados.