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Exibição de um vídeo institucional, lançamento de duas publicações, além de homenagens a ex-presidentes e funcionários, marcaram a cerimônia de comemoração dos 75 anos da Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump) na tarde/noite desta terça-feira, 29, no auditório da Reitoria. A fundação é responsável pela assistência social ao corpo discente da UFMG e leva o nome de seu primeiro reitor. "Celebramos uma longa história de que todos somos atores", disse a reitora Ana Lúcia Gazzola, que presidiu a sessão, em sua fala de abertura. Presentes na ocasião o reitor Antônio Nazareno Guimarães, da Universidade Federal de Lavras e presidente do Fórum das Instituições Publicas de Ensino Superior de Minas Gerais, o vice-reitor Marcos Borato Viana, os ex-reitores Aluísio Pimenta, Cid Veloso e Tomaz Aroldo da Mota Santos, além de ex-presidentes da Fundação, autoridades universitárias, funcionários e estudantes que lotaram o recinto. Direitos de cidadania A dirigente chamou ao palco o estudante Rodrigo Ednilson de Jesus para apresentar o trabalho de pesquisa Ajustando o foco - assistência estudantil frente às necessidades e dificuldades dos estudantes da UFMG, por ele coordenado, ao lado dos colegas Cassiana Morais Torres e Dalton Cardillo Macedo, publicado em volume pela Fump. Em seguida, foram homenageados, com o recebimento de placas alusivas, os ex-presidentes da Fundação Osni Pereira, Alfredo Alves de Oliveira Melo, Paulo Roberto Carneiro, José Ailton da Silva, Marcos Roberto Moreira Ribeiro, Alan Claudius Queiroz Barbosa, Maria de Lourdes Silva e Alfredo Gontijo de Oliveira. Foram também prestadas homenagens póstumas aos ex-reitores Francisco Mendes Pimentel e José Baeta Viana, e aos ex-presidentes da Fump, Emanuel Brandão Fontes e Luiz Pompeu de Campos, por sua contribuição à assistência estudantil na UFMG. Na mesma ocasião, foram também homenageadas a funcionária aposentada Regina Helena Furtado Lacerda e Maria de Jesus Oliveira Souza, a mais antiga servidora em atividade na fundação. Na solenidade foi ainda apresentado aos presentes o livro-memorial 75 anos da Fump, organizado pela historiadora Maria Efigênia Lage de Resende, obra que resgata a história da Fundação e o papel desempenhado pelos seus principais dirigentes e colaboradores. Pés no chão Ao traçar um quadro das carências do ensino superior brasileiro, Ana Lúcia lembrou que o Brasil ostenta a mais baixa taxa de oferta de educação de terceiro grau à população entre 18 e 24 anos, relativamente a outros países: 9%, contra 90% do Canadá e 40% da Argentina. "Em Minas Gerais, terra de políticos e intelectuais de renome, onde se concentra o maior número de instituições públicas de ensino superior do país, com 12 universidades federais e duas estaduais, esse índice fica ainda abaixo da média nacional, ou seja, 6,91%". "Defendo a nossa Fump porque ela é o melhor instrumento que temos para a realização de uma política social capaz de proporcionar a tantos jovens de talento a possibilidade de estudar. É obrigação de cada um de nós contribuir para que a nossa universidade seja cada vez menos o espaço do privilégio. Estamos fazendo o melhor possível nesse momento", concluiu.
Em sua saudação aos presentes, a presidente da Fump, professora Maria José Cabral Grillo, anfitriã da festividade, destacou o papel elementar da fundação de garantir aos estudantes "o acesso aos benefícios sociais, como resgate dos direitos básicos da cidadania". Ela analisou o contexto em que surgiu e se mantém a Fundação Mendes Pimentel, destacando que ela veio suprir na UFMG a ausência do Estado brasileiro na implementação de políticas assistenciais, cujo investimento "em seus melhores anos", mal alcança 1% do Produto Interno Bruto Nacional.
Em seu pronunciamento, a reitora Ana Lúcia Gazzola enfatizou a necessidade de a UFMG exercer uma política realista de assistência estudantil, "uma política de pés no chão", destacando a Fump como seu principal instrumento. Ressaltou as dificuldades enfrentadas para se conseguirem dotações orçamentárias com essa finalidadeespecífica, e anunciou a rejeição pelo Congresso, este ano, da "Emenda UNE", que poderia assegurar o cumprimento de programas nessa área.