O Ambulatório da Criança de Risco (Acriar) do Hospital das Clínicas da UFMG (HC) completou 17 anos realizando um trabalho bastante especial: desde sua fundação, em 1988, o espaço faz o acompanhamento médico, em caráter multidisciplinar, de prematuros com idade gestacional menor ou igual a 34 semanas, pesando 1.500 g ou menos, desde a alta hospitalar até os sete anos de vida. Essas crianças apresentam problemas pré-natais ou perinatais que podem causar seqüelas neurológicas ou atraso em seu desenvolvimento e crescimento. Por esse motivo, necessitam de acompanhamento especializado, a fim de serem encaminhadas precocemente para os tratamentos necessários. Diagnóstico precoce O trabalho da equipe abrange desde o diagnóstico precoce de desvios do desenvolvimento neuropsicomotor, à indicação de tratamentos especializados, além de orientação dos pais e realização de pesquisas sobre crescimento de recém-nascidos pré-termo. No primeiro ano de vida da criança, a equipe se dedica ao acompanhamento de seu desenvolvimento motor e do crescimento, além do tratamento de doenças específicas aos prematuros. Do segundo ao quarto ano de vida, a prioridade do atendimento é o desenvolvimento da fala e, dos quatro aos sete anos, ao desenvolvimento das habilidades motoras finas, importantes para o desempenho escolar. Campo para pesquisas Devido ao desenvolvimento desses estudos apoiados pelas de agências financiadoras, o Ambulatório já foi fonte de dados para teses de mestrado e doutorado, artigos científicos e congressos. Além das pesquisas sobre o impacto da prematuridade no desenvolvimento, os dados coletados têm contribuído para conferir e analisar a validade de alguns testes estrangeiros aplicados em crianças pré-termo nascidas no Brasil. Sala de Espera "Antes da criação desse espaço as crianças ficavam inquietas e nervosas pelos corredores à espera do momento de serem atendidas. Hoje, elas têm num espaço próprio onde podem brincar de modo espontâneo e criativo, acompanhadas por profissionais da Terapia Ocupacional que intermediam as relações da criança com seus pais ou responsáveis e ainda prestam orientações relativas à estimulação do desenvolvimento com brincadeiras e também com atividades educacionais como, por exemplo, dar “limites” às crianças, relata a professora. Zélia Araújo, coordenadora do Projeto. Serviço (Com Assessoria de Imprensa do Hospital das Clínicas)
O Acriar foi o segundo serviço do gênero fundado no país e é o único a acompanhar crianças prematuras até a idade pré-escolar. Segundo a neuropediatra e atual coordenadora do Ambulatório, professora Regina Amorim, o espaço tem condições de oferecer atendimento completo, graças à equipe multidisciplinar, composta por profissionais da área de neuropediatria, neuropsicólogia, terapia ocupacional, pediatria; fisioterapia e onoaudiologia.
Em 1996, o Acriar passou a desenvolver pesquisas com o suporte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/CNPq. Desde então, 850 crianças foram cadastradas.
Um dos diferenciais do Ambulatório é o projeto Sala de Espera, do Serviço de Terapia Ocupacional. Desenvolvido e implantado há oito anos, ele tem estimulado o desenvolvimento e a interação das criança com seus por meio do brincar, além de ser fator importante na diminuição da ansiedade causada pela espera das consultas.
Acriar
Hospital Bias Fortes do HC/UFMG - Alameda Álvaro Celso, 175 - 4º andar/Santa Efigênia
Atendimento multidisciplinar, às quartas-feiras de 13h30 às 18h30.
12 consultórios
Atendimento exclusivo para recém-nascidos pré-termo do Hospital das Clínicas da UFMG, com peso até 1500 g