O compositor paraibano Chico César é a principal atração das edições de segunda e terça-feira, dias 2 e 3 de janeiro de 2006, do programa Universo Literário, que vai ao ar, das 8 às 10 horas, pela Rádio UFMG Educativa (104,5 FM). Em entrevista concedida a Rosaly Senra, apresentadora do programa, o músico fala de sua trajetória artística e comenta as características de Cantáteis – Cantos elegíacos de amozade, seu primeiro livro de poesia. A entrevista com Chico César vai ao ar em dois blocos de 9 minutos cada. Na segunda-feira, a partir das 9h15, o compositor trata de suas origens e influências do processo de escrita de Cantáteis. Na terça, Chico fala, principalmente, da inspiração diante de sua musa, Tata Fernandes. Cantáteis Nas palavras do autor, Cantáteis é “um canto de amor e amizade a uma mulher”, e foi escrito impulsionado “por esse sentimento híbrido (amozade) e que muitas vezes julgamos formado por partes que se negam: o amor e a amizade”. A musa é “uma representação de um tipo de mulher de São Paulo. Urbana, letrada, combativa, independente, freqüentadora dos círculos intelectuais alternativos, das rodas artísticas”. Ao mesclar elementos de sua própria experiência a referências eruditas, da filosofia à política, e da cultura popular, do cinema, do pop, da comunicação de massas e do brega, entre outras, Chico César dialoga com uma rica vertente da literatura e da poesia contemporâneas. Em sua própria estrutura, pela proposta cênica, musical (encontra-se em parte musicado) e midiática, o poema se insere no registro multimídia, característica marcante da criação poética a partir do século 20. O compositor
Livro de estréia de Chico César no universo da poesia, Cantáteis revela um poeta capaz de promover diálogos entre o sertão e a Divina Comédia, de Dante, o pop, o modernismo latino-americano, a poesia brasileira e, como seria de se esperar, a música popular.
Chico César nasceu em Catolé do Rocha, na Paraíba, em 1964. Aos 16 anos, foi para João Pessoa, onde se formou em jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba, enquanto participava do grupo Jaguaribe Carne, que fazia poesia de vanguarda. Aos 21, mudou-se para São Paulo. Trabalhando como jornalista, aperfeiçou-se no violão, multiplicou as composições e formou seu público. Hoje, possui carreira artística de repercussão internacional.