Dirigentes da UFMG participam de congresso internacional sobre educação em Cuba

Ao lado de 28 representantes e dirigentes de entidades de ensino superior de diversos países da Europa, América Latina e África, a reitora da UFMG, Ana Lúcia Gazzola será uma das conferencistas do 5º Congresso Internacional da Educação Superior - Universidade 2006, que acontece em Cuba, entre os dias 13 e 17 de fevereiro.

Sob o lema "A universalização da universidade por um mundo melhor", o evento vai reunir professores, pesquisadores, estudantes universitários e diretores de instituições de ensino superior, organizações e empresas relacionadas à educação de todo o mundo. A promoção é do Ministério da Educação Superior (MES) de Cuba, em parceria com universidades do país caribenho.

O congresso será aberto oficialmente no final da tarde de segunda-feira, durante conferência magna do ministro do Ensino Superior de Cuba, Fernando Vecino Alegret, no Palácio das Convenções, em Havana - sede de outras atividades do evento. Com extensa pauta de discussões, os congressistas vão se dedicar à análise das experiências cubanas e internacionais de universalização da universidade, bem como à identificação de tendências e perspectivas nesse segmento.

De acordo com os organizadores, além de ampliar o debate dessas questões, o evento também pretende favorecer a troca de experiência entre professores universitários; estimular a cooperação internacional entre universidades, organizações e entidades da área educacional e contribuir para o uso das tecnologias de informação e comunicação nas atividades de ensino superior.

Além da reitora Ana Lúcia Gazzola, participam do congresso, pela UFMG, o futuro reitor Ronaldo Pena - que deverá iniciar contatos internacionais para a nova gestão - e os professores Mauro Braga, Maria do Carmo Vila e Maria do Carmo Lacerda Peixoto, que apresentarão trabalhos sobre experiências e pesquisas realizadas pela Universidade correlatas ao tema central do evento.

Inclusão
"A busca de alternativas de políticas voltadas para a inclusão social e para a diminuição de desigualdades é, hoje, um dos itens mais importantes da agenda das instituições públicas de ensino superior brasileiras", relata trecho do trabalho Resultados da política de expansão de vagas no turno noturno como estratégia de inclusão social adotada pela UFMG, elaborado por Mauro Braga e Maria do Carmo Peixoto e que será apresentado no congresso.

O documento destaca que a iniciativa da Universidade de priorizar a criação de cursos e de vagas no turno noturno, como mecanismo de inclusão social, em curto período de implantação já revela resultados positivos com o aumento significativo da proporção de estudantes egressos do ensino médio público ou que se declararam negros.

"Os dados do trabalho sugerem que resultados mais expressivos, no que se refere à inclusão social, poderão ocorrer se a política de ampliação de vagas no turno da noite tiver continuidade", dizem os autores. Para eles, a mesma política deve ser orientada para cursos de maior prestígio social, "nos quais", alertam, "quando ofertados no turno diurno, o efeito de exclusão social se mostra mais pronunciado".

Perfil
Além desse trabalho, Braga e Peixoto pretendem apresentar pesquisa sobre Perfil étnico da população estudantil dos cursos da UFMG. "Os resultados do estudo mostram que a população universitária da UFMG vem ampliando a participação dos negros na sua composição, embora isso expresse mais uma tendência dos candidatos de alterarem sua declaração de raça no questionário do vestibular, do que um aumento do percentual de negros entre os alunos", analisam os autores.

A pesquisa foi realizada a partir de dados dos vestibulares de 2003 a 2005, e traça o perfil socioeconômico e étnico dos alunos, considerando o tipo de escola de ensino médio, se pública ou privada. Todos os dados estão disponíveis no endereço www.ufmg.br/censo.

Outra importante participação da UFMG no evento ficará a cargo da professora Maria do Carmo Villa, que vai apresentar trabalho sobre Educação a Distância no Brasil. A exposição de Vila vai abordar o desenvolvimento dessa área, desde seu primórdio até os dias atuais.

Nessa linha, o trabalho divide a história da educação a distância em dois períodos, da década de 1930 à de 1960 e da década de 1970 até hoje, comentando a legislação brasileira atual e o que o MEC vem fazendo nessa área. O estudo de Vila mostra que houve crescimento do uso dessa modalidade de ensino no Brasil nos últimos 30 anos, especialmente a partir dos anos 90.

Visita ao Brasil
Na mesma ocasião, estará em Cuba o ministro da Educação Fernando Haddad, que se reunirá com seus colegas cubanos, ministros da Educação, Luiz Gomes Gutiérrez, e da Educação Superior, Fernando Vecino Alegreteunião, quando, entre outros assuntos, será detalhada a visita de 25 reitores de Cuba ao Brasil, que ocorre entre 5 e 11 de março.

Na pauta da visita, está a definição de modalidades de cooperação entre os países na educação superior, incluindo cursos conjuntos; intercâmbio de professores e estudantes; pesquisas conjuntas e coorientações. Cuba e Brasil têm interesse em intensificar ações em informática aplicada à educação; nanociências, nanotecnologia e materiais; agrárias e tecnologia de alimentos; energia e meio ambiente; biotecnologia e formação de professores. (Com Assessoria de Comunicação do MEC)

Mais informações sobre o 5º Congresso Internacional da Educação Superior podem ser obtidas no endereço www.universidad2006.cu.