O ministro José Fritsch, da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap), esteve no campus Pampulha da UFMG, no final da manhã desta quinta-feira, 9 de fevereiro, para visitar instalações do novo Laboratório de Aquacultura (Laqua) da Escola de Veterinária - único complexo laboratorial da América Latina que contempla toda a cadeia produtiva da aquacultura. Acompanhado pelo secretário regional da Seap, Wagner Benevides, o ministro foi recebido na reitoria pelos professores Marcos Borato, vice-reitor da UFMG, Ronaldo Pena, reitor eleito da Universidade, José Aurélio Bergman, pró-reitor de Pesquisa, e Cecília Nogueira, coordenadora de Cooperação Institucional, entre outros. "A universidade é âncora. Um de seus papéis é aliar a pesquisa à produção e cultivo, com desenvolvimento sustentável", afirmou o ministro, durante a cerimônia de descerramento de placa no Laqua. Segundo ele, Minas Gerais é um "estado-nascedor de águas", além de uma região que concentra produtores e empresas do ramo. "A vocação do estado exige mais conhecimento e pesquisa, e a Universidade pode garantir a obtenção de certificados de qualidade, uma exigência não só do mercado nacional, mas também internacional", explicou. Após a cerimônia, os dirigentes percorreram laboratórios da Escola de Veterinária e se encontraram com outros professores e pesquisadores, na diretoria da Escola, onde o evento foi encerrado com almoço. "Oferecemos o que há de melhor na UFMG. Entendemos que é preciso promover pesquisa de qualidade, com relevância para o país", afirmou o vice-reitor Marcos Borato. Para o chefe do escritório regional da Seap, Wagner Benevides, o projeto da UFMG contribuirá para o aprendizado de alunos e pesquisadores da Escola e da comunidade de psicultores. "Minas Gerais tem cerca de 14 mil criadores de peixes, sendo a maioria produtores sem orientação e qualquer tipo de treinamento", observa. Complexo laboratorial Três laboratórios já estão em funcionamento - linminologia, nutrição e bioclimatologia -, enquanto os outros dependem de recursos para a conclusão das obras. "A visita do Secretário é muito importante, pois pleiteamos uma segunda etapa no financiamento", explicou o diretor da Escola, professor Roberto Baracat de Araújo. Até o momento, foram investidos, no espaço, cerca de R$ 2 milhões, vindos do Fundo Verde-Amarelo da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep); da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap), ligada à presidência da República; e recursos próprios da Escola de Veterinária. Segundo o diretor, os recursos a serem liberados pela Seap - no valor de R$ 527 mil -, permitirão a conclusão, até março, de aproximadamente 60% das instalações. O complexo, que terá em torno de 1.600 m², é coordenado pelo professor Lincoln Pimentel Ribeiro, e pelos pesquisadores Daniel Vieira Crepaldi e Edgar de Alencar Teixeira. A negociação dos recursos e implantação do Laboratório contou com a colaboração da Cooperação Institucional (Copi) da UFMG. "É um projeto estratégico, que alia funções acadêmica e social", afirma a coordenadora da Copi, professora Cecília Nogueira, que intermediou a captação dos recursos para o Laboratório. Economia de água O setor de produção e reprodução de peixes do Laboratório, a ser implantado até março, será dotado de filtros que promovem a recirculação da água, reaproveitando todo o volume utilizado. Segundo Daniel Vieira Crepaldi, caso não utilizassem esse sistema, os tanques de cultivo gastariam cerca de 500 metros cúbicos de água por hora. A segunda fase da obra prevê a implantação de uma indústria de processamento de peixes e a instalação de um centro onde serão ministrados cursos para produtores de peixes. "A difusão de tecnologias é um dos maiores interesses do governo federal", ressalta Baracat.
Destinado ao estudo da cadeia produtiva de peixes das espécies Surubim e Tilápia, o Laqua abriga um complexo de laboratórios para pesquisas que integram várias áreas do conhecimento, como nutrição, reprodução, tecnologia e processamento de peixes.
Planejado para realizar estudos e difundir tecnologias em todas as etapas do trato com o Surubim e a Tilápia - desde a produção do alevino até o aproveitamento total do peixe -, o Laboratório de Aquacultura da Escola de Veterinária tem como uma de suas principais características a preocupação ambiental.