Toma posse nessa quinta-feira, 16 de fevereiro, a nova diretoria da organização não-governamental Mãos Limpas, criada, há três anos, para combater a corrupção e defender a transparência e a ação ética na política. A entidade será presidida pelo professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Apolo Heringer Lisboa. Eleito pelos 56 associados, ele vai estar à frente da entidade no biênio 2006-2007, junto à psicopedagoga Maria Amélia Mendes, na vice-presidência, e aos demais integrantes da diretoria e os novos conselheiros. A solenidade de posse está agendada para as 18h30, na sede do Sindicato dos Jornalistas, localizada na avenida Álvares Cabral, 400, centro. De acordo com programação do evento, dois convidados - o professor de Filosofia e Ética, José de Anchieta Corrêa e o advogado e professor de Direito José Edgard Amorim - vão abrir o evento com exposições especiais. “Uma sociedade corrupta jamais terá um governo diferente, pois o governo é o reflexo da sociedade”, afirma o novo presidente, ao alertar que uma linha de atuação de combate à corrupção mais conseqüente deve abranger ações tanto na vida pública, como na particular. Apolo vai suceder Aluísio Lopes no cargo - que, por sua vez é o atual presidente do Sindicato de Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. Outros dois professores da UFMG também integram a nova diretoria de Mãos Limpas. São eles: Batista Moreira dos Santos - professor de Finanças da Fauldade de Ciências Econômicas (Face) - eleito para o cargo de Diretor Administrativo da ONG e Antõnio Leite Alves - professor da Faculdade de Medicina, que vai integrar o Conselho fiscal da entidade. Mãos Limpas Em 2003, tão logo foi criada, a entidade promoveu abaixo-assinado solicitando aos chefes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário o encaminhamento ao Congresso Nacional de mensagem conjunta propondo teto de remuneração da função pública no Brasil. Desde então, a ONG tem promovido uma série de ações de repercussão, entre elas, debate sobre O financiamento público das eleições, além de mobilização da sociedade em torno de aprovação de projetos de lei que favoreçam a transparência na gestão do setor público Diante das denúncias da existência do "Mensalão" entre integrantes do governo e do Congresso Nacional, a ONG Mãos Limpas decidiu realizar, desde meados de 2005, vigília cívica no Sindicato dos Jornalistas - sua sede provisória -, com adesão de variados setores da sociedade. "A vigília é permanente e tem a pretensão de ampliar a discussão sobre a maneira de organizar a sociedade na luta por um país mais ético, transparente e justo", explica informe da assessoria de imprensa da entidade. (Com assessoria de imprensa de Mãos Limpas)
A ONG Mãos Limpas foi fundada no primeiro semestre de 2003, mas seus embriões foram lançados em 2001. Motivados pelas constantes denúncias de corrupção, falta de ética e transparência nas ações envolvendo as causas públicas, alguns grupos da sociedade civil organizada, como sindicatos e igrejas, se mobilizaram promovendo reuniões e abaixo-assinados pela ética na política.