Uma pesquisa que tem como objeto de estudo o tratamento de mulheres com sangramento uterino anormal, realizada pelo ginecologista e obstetra Sérgio Simões de Souza, do Laboratório de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas da UFMG, está recrutando voluntárias a partir desta sexta-feira, 10 de março.O estudo pretende oferecer tratamento cirúrgico menos invasivo ou não-cirúrgico para mulheres que sofrem mensalmente com sangramento uterino abundante. Serão selecionadas 60 pacientes que receberão tratamento totalmente gratuito. Para se candidatar, as interessadas precisam apresentar sangramento menstrual acima do considerado normal (utilizarem cerca de dois pacotes de absorventes íntimos por menstruação e freqüentemente apresentarem vazamentos noturnos), terem mais de 35 anos, prole definida (já tenha tido todos os filhos que gostaria) e já tenham sido submetidas a tratamentos clínicos com hormônios, sem sucesso. O tratamento O tratamento oferecido às candidatas será feito em duas modalidades, para as quais as pacientes serão selecionadas segundo critérios estabelecidos pelos pesquisadores. Numa das modalidades utilizado um tipo de dispositivo intra-uterino (DIU) com propriedades para impedir o sangramento. O outro método implica a introdução na cavidade uterina de um balão que, ao inflar dentro do útero, cauteriza o endométrio, o que faz com que ele não mais descame. As duas novas técnicas são bem menos agressivas para as mulheres que a técnica convencional que consiste na cirurgia de retirada do útero, a chamada histerectomia. "As duas técnicas utilizadas na minha pesquisa são soluções mais simples". Segundo ele, comprovada a eficácia do duplo estudo, as mulheres com diagnóstico de hemorragia terão a oportunidade de se submeter a tratamento cirúrgico muito menos invasivo. "Com isso, evitam-se os conseqüentes abalos emocionais causados pela histerectomia total. Além disso, o pós-operatório das pacientes será ainda mais tranqüilo, sendo resumido a observação pós-procedimento e alta no mesmo dia", esclarece Sérgio Simões. (Com Assessoria de Comunicação do HC)
Segundo o médico Sergio Simões, dados mundiais comprovam que cerca de 30% das mulheres têm hemorragia uterina. Dentre as causas mais comuns que provocam essa descamação do endométrio (camada que reveste a cavidade interna do útero) estão as hipertrofias uterinas, alguns tipos de miomas e hemorragia disfuncional (de origem endócrina). Os sintomas são, além de hemorragia, anemia, dores nas pernas, cólicas menstruais e queda na qualidade de vida devido ao constrangimento provocado pelo sangramento excessivo.