Desde ontem, 10 de março, quatorze instituições públicas de ensino superior de Minas Gerais (Ipes) começaram a contar com serviço pioneiro no país destinado a incentivar a realização de pesquisa científica e inovação tecnológica. Fruto de iniciativa da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa da UFMG (Fundep), em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) do governo mineiro, a recém-lançada Central de Projetos para Inovação Tecnológica vai beneficiar ações na área por meio de uma rede entre as instituições, cuja meta é criar um banco interinstitucional de projetos de inovação tecnológica. A expectativa é que a parceria permita ao Estado identificar projetos de seu interesse e também facilite a prospecção de recursos financeiros para viabilizar a execução de projetos das Ipes. O lançamento da central ocorreu nessa quinta-feira, durante evento que contou com a presença da reitora da UFMG, Ana Lúcia Gazzola; do presidente da Financiadora de Estudos e Pesquisas do Ministério da Ciência e Tecnologia (Finep), Odilon Marcuzzo Canto; do secretário-adjunto da Sectes, Jacques Schwartzman - representou o governador Aécio Neves -; do deputado federal Nárcio Rodrigues; do coordenador do Fórum das Ipes(MG) e reitor da Universidade Federal de Lavras, Antônio Nazareno Guimarães; do professor e ex-ministro da Cultura, Aluísio Pimenta e do diretor-executivo da Fundep, José Nagib Cotrim Árabe. Novos critérios Devido a esse quadro, a reitora manifestou expectativa de que haja destinação dos investimentos federais em ciência e tecnologia segundo critério que também atenda resultados obtidos por cada estado. “Que haja investimentos maiores onde os resultados sejam melhores”, disse. O presidente da Finep, Odilon Marcuzzo Canto, manifestou otimismo no aumento de recursos para a área e lembrou, em rápido retrospecto sobre a Finep, que a entidade, no passado, alternou situações de dificuldades, mas que se recuperou e a cada ano vem recebendo mais recursos. "Entretanto, a demanda ainda é maior que esses recursos", ponderou. Ele avaliou que, apesar desse problema, a Finep segue “um bom caminho”, pois, 2005, a entidade operou R$ 800 milhões. "Somados aos R$ 310 milhões de empréstimos para inovação de empresas, os recursos ultrapassaram R$ 1 bilhão", afirmou. Ele assegurou que há previsão em aumentar os investimentos na área para 2006. O deputado federal Nárcio Rodrigues também considerou a Central de Projetos fundamental na organização das demandas de ciência e tecnologia e para “o estabelecimento das prioridades que nós queremos enfrentar em Minas Gerais”. Segundo ele, a Central de Projetos deverá ampliar a captação de recursos destinados a inovação tecnológica. Articulação O sistema já conta com um portal (www.centralinovatec.org.br), que tem a representação da Sectes e das Ipes. O gerente de Captação do NRI, Carlos Alexandre Gonçalves, explica que o sistema da Central de Projetos será usado como um mecanismo de consolidação das informações sobre os projetos das Ipes, para facilitar o processo de interação e articulação entre as instituições e o Governo mineiro. “A intenção é efetivar parcerias para implementar projetos tendo em vista a execução das políticas públicas do Governo de Minas”, explicou. Por meio do sistema, os professores e pesquisadores das Ipes parceiras podem se cadastrar e encaminhar seus projetos para a coordenação institucional de sua Ipes, que avalia se os projetos estão de acordo com as diretrizes, podendo ser acatado ou não. Caso sejam acatados, os projetos são enviados à Coordenação Executiva da Central de Projetos para negociação com o governo do estado. Caso não sejam acatados, permanecem arquivados. Todo o processo é registrado no sistema e os professores e pesquisadores têm acesso às informações em tempo real. (Com Gerência de Comunicação da Fundep)
De acordo com avaliação exposta, durante o evento, pela reitora da UFMG, a Central de Projetos é um importante recurso que permitirá às instituições utilizar os investimentos captados com resultados mais eficazes. Ela lembrou que, apesar de os recursos federais aplicados em Minas Gerais, Rio de janeiro e São Paulo atenderem, respectivamente, a proporção de "um, dois e três", a produtividade mineira em ciência é maior do que a dos outros dois estados. "Em outras palavras', sintetizou Ana Lúcia, "dinheiro investido em Minas prospera".
A Central de Projetos tem escritório na Gerência de Captação de Recursos (GCR) do Núcleo de Relações Institucionais e Desenvolvimento de Oportunidades (NRI), da Fundep, no prédio da Unidade Administrativa II, no Campus Pampulha da UFMG, em Belo Horizonte. Segundo a superintendente do NRI, Andrea Kauffmann Zeh, o trabalho da Central vai consistir em identificar, registrar, acompanhar e formatar projetos das diversas áreas do conhecimento de todas as Ipes mineiras.