Wanderley Pessoa/MEC |
A professora Ana Lúcia Gazzola transmite oficialmente, nesta terça-feira, 21 de março, o cargo de reitor da UFMG ao professor Ronaldo Tadêu Pena. A cerimônia, que reúne diversas autoridades políticas e universitárias, entre elas o governador Aécio Neves, será realizada, a partir das 18h, no auditório da Reitoria, no campus Pampulha (Avenida Antônio Carlos, 6627). Durante a solenidade, Pena dará posse à vice-reitora Heloísa Maria Murgel Starling e a sua equipe de pró-reitores e assessores (confira aqui a equipe do novo reitorado). O evento será transmitido ao vivo através do site da UFMG. Na manhã de segunda-feira, Ronaldo Pena foi empossado no cargo de reitor pelo ministro Fernando Haddad, em Brasília. O ato de nomeação foi publicado na edição do Diário Oficial da União do dia 16 de março, na primeira página da Seção 2 do órgão oficial. Pena é o 24º reitor da UFMG e cumprirá mandado de quatro anos. Leia entrevista com Ronaldo Tadêu Pena no Boletim da UFMG. Retrospectiva Ouça aqui a entrevista na íntegra (formato MP3 - 22MB). Campus 2000 Entre as realizações da administração central, a professora citou a construção do Centro de Microscopia e dos novos complexos de moradia universitária e a expansão acadêmica em Montes Claros, o que garante a interiorização da UFMG. “Além disso, a Universidade ampliou o número de vagas noturnas, criou 13 novos doutorados, realizou expansão significativa da extensão e consolidou excelentes indicadores de ensino e pesquisa”. Outro importante avanço da Instituição, segundo Ana Lúcia Gazzola, diz respeito à visibilidade instituicional: “A UFMG está definitivamente nos panoramas nacional e internacional de ensino e pesquisa". Dificuldades Outro aspecto a ser melhorado, segundo Ana Lúcia Gazzola, refere-se às iniciativas de educação a distância: “A UFMG ainda está atrás de diversas instituições similares. Isso precisa ser mudado, pois este modelo é muito importante, por ser inclusivo e permitir educação continuada”. Unesco “Os desafios são os mesmos: como expandir e massificar a educação superior, sem perder qualidade? Como identificar nichos de produção em pesquisa, capazes de garantir competitividade internacional aos países da América Latina, na chamada sociedade do conhecimento?”, ressaltou. A reitora também comentou que trabalhará, de forma articulada, em torno de temas críticos para a América Latina e o Caribe, como realidade das grandes cidades, migrações, direitos humanos e biodiversidade. “Também precisamos pensar maneiras de eliminar as desigualdades. Somos uma grande pátria, com cultura comum. Temos que fortalecer esse bloco regional, para comparecer ao diálogo internacional com mais força e capacidade de negociação”, completou.
Em entrevista à Rádio UFMG Educativa, a reitora Ana Lúcia Gazzola fez uma retrospectiva crítica de sua gestão. Para a professora, a comunidade universitária é quem julgará os últimos oito anos de seu trabalho – inicialmente como vice-reitora e, em seguida, como reitora da instituição. “Estes foram os anos mais intensos de minha vida profissional. Mas quem precisa julgar se nossos objetivos foram cumpridos é a comunidade da UFMG, que nos confiou esta missão, e o governo, que nos confirmou no cargo”, disse.
Indagada sobre se teria inaugurado um estilo pessoal de governar, a professora ressaltou a importância de seu grande compromisso com a Universidade. “Cada pessoa deixa sua marca no que faz. Minhas características foram colocadas a serviço da UFMG. Tenho absoluta fé no caráter estratégico da educação pública brasileira”, diz, ao ressaltar que a instituição mineira emblematiza o que de melhor há no ensino e na pesquisa do país.
Ana Lúcia Gazzola ressaltou, entre as iniciativas e obras realizadas durante sua gestão, o Projeto Campus 2000, que busca transferir para o campus algumas das unidades do centro de Belo Horizonte. “Construímos 20 prédios, além de vários laboratórios e espaços menores", lembrou a reitora. Segundo ela, a Reitoria também foi responsável pela captação de aproximadamente R$ 223 milhões. “Isso diz respeito, apenas, aos recursos extras, captados apenas pela reitoria”, completou.
Em relação ao que poderia ter sido melhor em sua gestão, Ana Lúcia Gazzola ressalta, em primeiro lugar, o aumento do número de vagas noturnas. “Embora tenhamos crescido 30%, inclusive criando cursos como Direito e Sistemas de Informação, não atingimos os patamares desejados”, disse. A professora lembra que a Lei de Diretrizes da Educação brasileira indica que as universidades públicas devem oferecer 30% de suas vagas à noite. “Atingimos apenas 23%”, explicou.
Sobre os próximos desafios profissionais, Ana Lúcia Gazzola lembra que sua nova função, à frente da Diretoria do Instituto de Educação Superior para América Latina e Caribe, organismo da Unesco com sede em Caracas (Venezuela), será pautada pelos mesmos compromissos que honrou à frente da UFMG e da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superio (Andifes).