Buscar planejamento integrado entre Brasil e Argentina e discutir os recursos humanos, financeiros e de infra-estrutura necessários à melhoria dos índices de desenvolvimento tecnológico. Tais metas norteiam os debates do Seminário Binacional Argentina Brasil: desafios dos sistemas nacionais de inovação, promovido pelos ministérios de Ciência e Tecnologia dos dois países e realizado, em Buenos Aires, nos dias 20 e 21 de abril. Nesta sexta-feira, 21, a ex-reitora da UFMG, Ana Lúcia Gazzola, apresenta no evento palestra sobre a experiência brasileira na área, além de comentar a necessidade de mecanismos de articulação entre governo, universidades e empresas. Durante o evento, a professora Ana Lúcia Gazzola, que hoje é diretora do Instituto de Educação Superior para América Latina e Caribe, organismo da Unesco com sede em Caracas, na Venezuela, destacará a importância de as instituições trabalharem com mecanismos de desenvolvimento e avaliação. “É preciso que os centros de pesquisa realizem diagnósticos corretos para implementar ações mais estratégicas. Para isso, também é vital que sejam criadas as pontes entre a Universidade, o setor produtivo e o governo”, ressaltou. A ex-reitora da UFMG ressaltará, ainda, a necessidade da criação de leis de inovação, incentivos fiscais e apoio às universidades em seus projetos específicos. “Dessa forma, o quadro de recursos humanos poderá ser transformado”, completa. Durante sua palestra, a professora também fará projeções de quantos mestre e doutores serão necessários ao desenvolvimento tecnológico brasileiro nos próximos 10 anos. “Em algumas áreas, teremos problema de escassez de profissionais. Neste sentido, quais serão as medidas capazes de induzir o aumento da procura por certas áreas do conhecimento?”, questiona. A solução para o impasse está, segundo Ana Lúcia Gazzola, no investimento em sistemas de bolsas e apoios institucionais para as universidades. “No caso da UFMG, cito a importância da CT&IT e do Núcleo de Relações Institucionais da Fundep como instrumentos articulados para buscar oportunidades para a Universidade, particularmente no campo da inovação e transferência”, diz. Além disso, a professora revelará como a criação de instrumentos adequados podem consolidar a relação das instituições universitárias com o setor produtivo. A experiência da UFMG Durante o seminário, Ana Lúcia Gazzola relatou a experiência de gestão da UFMG, com ênfase nos instrumentos estratégicos criados ou consolidados durante sua administração. Neste ponto, relatou, por exemplo, ações implementadas pela Diretoria de Cooperação Institucional, como o programa Sempre UFMG, que busca homenagear ex-alunos ilustres da Universidade, e a ampliação das relações com os parlamentares mineiros no congresso brasileiro. “Também enfatizei o trabalho da CT&IT e do Núcleo de Relações Institucionais da Fundep”, diz Ana Lúcia. Outro ponto enfocado pela ex-reitora foi o projeto de comunicação implementado na Universidade, que buscou aproximar da sociedade todo o trabalho desenvolvimento na UFMG. “Comunicação é elemento fundamental para a coesão institucional e a melhoria das relações entre a Instituição e a sociedade”, disse.
Na manhã desta quinta-feira, 20, a ex-reitora Ana Lúcia Gazzola participou de outro evento acadêmico na Argentina. Trata-se do seminário Desafíos de los Sistemas Nacionales de Innovación, realizado em Córdoba, de 18 a 21 de abril. O evento é promovido pelo Grupo Columbus, rede universitária apoiada pela Unesco, e reúne dirigentes de dez países. Além da ex-reitora, foram convidados a relatar suas experiências e pontos de vista, pesquisadores e empresários de instituições como a Universidade Estadual de Campinas e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.