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Os professores Sérgio Freire, Alice Belém e Rodrigo Miranda, da Escola de Música da Universidade lançam nesta terça-feira, 25 de abril, às 19 horas, na Sala de Recitais do Conservatório UFMG (avenida Afonso Pena, 1.534 - Centro), o livro Do conservatório à escola: 80 anos de criação musical em Belo Horizonte, publicado pela Editora UFMG. Durante a cerimônia, haverá concerto-palestra com a interpretação de peças musicais que integram o repertório dos dois discos encartados na obra. No programa do espetáculo, obras de Nelson Salomé (Instantes I – alla réquiem), Eduardo Bértola (Cantos a Ho), com o Grupo de Música Contemporânea da UFMG; Jupyra Duffles Barreto (Modinha) e Cerise Tollendal (À Cíntia), com Mônica Pedrosa (canto) e Guida Borghoff (piano); Carmen Vasconcellos e Tasso da Silveira (Sombra Suave), com Esequias Wânder Meira (canto) e Guida Borghoff (piano); Carmen Vasconcellos e Emílio Moura (Solidão), com Luciana Monteiro (canto) e Guida Borghoff (piano); Cecília Nazaré de Lima (Três peças para piano), com própria autora ao piano, e Eduardo Campolina (2 Fantasias), com o compositor ao violão. O livro O projeto que culminou com o livro foi concebido e executado por professores, alunos e técnicos da unidade acadêmica. “Nosso desejo foi evidenciar a intensa produção musical de Belo Horizonte, que sempre se revelou um marco na arte mineira”, ressalta o compositor e professor da Escola, Sérgio Freire. Ao abrir as páginas do livro, que inaugura na Editora UFMG a coleção Música Editada, o leitor terá contato com vertentes significativas da criação musical de Belo Horizonte. Tal trajetória é contada, principalmente, a partir de um dos mais importantes espaços culturais da capital mineira: a Escola de Música da UFMG, fundada, em 1925, com o nome de Conservatório Mineiro de Música. Discos Nas peças do CD, há solistas de piano, violão, órgão, clarineta, fagote, cavaquinho e canto. Regidos por Oiliam Lanna, Silvio Viegas, Iara Fricke Matte, Fernando Rocha ou Paulo Lacerda, figuram no disco o Quarteto Mineiro de Cordas, os grupos de Música Contemporânea e de Percussão da UFMG, conjunto de metais, quarteto de trombones e quinteto e noneto de câmara. Além disso, há participação da Orquestra Sinfônica e do Coro de Câmara da Escola de Música. Entre as curiosidades do repertório, estão a obra mais antiga, um Minueto para orquestra, de 1920, composto por Francisco Nunes e cinco peças de câmara regidas - Instantes I, Cantos a Ho, Rota do Vento, Baku-pari e Tríptico – que ainda não haviam sido executadas. Os Cds também incluem obras dos compositores Guilherme Nascimento e Guilherme Antônio, que venceram concurso realizado entre alunos e ex-alunos da Escola. Know-how
Do conservatório à escola reúne oito décadas de diálogo entre a música e a realidade belo-horizontina. Nos três principais capítulos - A música da cidade e a escola; A música da escola e a cidade e Prática e ensino da composição na Escola de Música da UFMG a partir de 1980 – são discutidas as relações entre o entorno cultural da capital mineira, em diferentes épocas, e as composições musicais concebidas na cidade. Com prefácio da pianista e professora Berenice Menegale, o livro conta com verbetes sobre os principais compositores e intérpretes da cidade.
Além das análises e narrativas, o livro traz dois CDs, com mais de 150 minutos de gravações representativas da produção de 28 compositores, entre os quais Francisco Nunes, Flausino Vale, Hostílio Soares, Arthur Bosmans, César Guerra-Peixe e Eduardo Bértola. Interpretam as peças quase cem músicos, entre solistas, cameristas, regentes e integrantes de coro e orquestra.
O livro e os dois CDs são resultado de amplo trabalho de coordenação entre as diferentes vertentes de produção acadêmica da Escola de Música da UFMG. No material aparece todo o know-how da unidade acadêmica em atividades como composição, interpretação, pesquisa musicológica e técnicas de gravação. “Todo o processo foi realizado no âmbito da Escola de Música, com a participação de professores, alunos e técnicos”, conta Sérgio Freire.