O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), retorna à UFMG, na próxima quarta-feira, 3 de maio, para realizar a segunda parte da conferência Antropologia e imaginação da interdisciplinaridade. O evento é aberto ao público e acontece às 9h30, no auditório Azul da Escola de Ciência da informação. A promoção é da cátedra Humanidades, do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares da UFMG (Ieat) e da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep). A primeira palestra de Viveiros sobre o tema aconteceu em maio de 2005. À época, o antrópologo propôs uma nova prática da Antropologia - que ele define como “ciência de indisciplinados, sobre indisciplinados, para indisciplinados” - e defendeu uma teoria antropológica da imaginação, em que o relativismo dê lugar à multiplicidade. Durante o evento, o professor do Sociologia e Antropologia da UFMG, Rubem Caixeta, falou sobre a repercussão internacional do pensamento de Viveiros de Castro. Afirmou que, embora sua formação acadêmica tenha se dado totalmente no Brasil, Viveiros atua, desde 1991, como professor convidado nos mais importantes centros de Antropologia do mundo, em universidades dos Estados Unidos, Inglaterra e França, tendo recebido prêmio da academia francesa em 1998. A íntegra da exposição do antropólogo está disponível no endereço: www.ufmg.br/ieat/eventos/castroconf.htm Além da conferência do Ieat, Eduardo Viveiros participa de mesa-redonda na UFMG, na terça-feira, 2 de maio. Junto a Jorge de Carvalho da Universidade de Brasília (UnB), Viveiros debate com o público o tema Transcendendo o eurocentrismo – Negros e índios nos espaços de saber universitário. O evento acontece a partir das 17h, no auditório da Escola de Música da UFMG e integra programação de lançamento do livro Músicas africanas e indígenas no Brasil, organizado pelos professores da universidade, Rosângela Pereira de Tugny e Ruben Caixeta de Queiroz Viveiros Posteriormente, Viveiros desenvolveu trabalho sobre temas etnológicos diversos - parentesco, corporalidade, cosmologia, guerra - publicados em série de artigos. Entre eles, se destacam Alguns aspectos da afinidade no dravidianato amazônico (1993), que obteve grande repercussão nos estudos de parentesco dessa região, e, sobretudo, Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio (1996), traduzido para diversas línguas e incluído em uma antologia de textos-chave de antropologia da religião, publicada há pouco tempo na Inglaterra. Seu trabalho mais recente, em colaboração aberta A onça e a Diferença: Projeto AmaZone está disponível no endereço: amazone.wikia.com
Viveiros de Castro é docente do Museu Nacional da UFRJ, onde atua como professor adjunto de etnologia. Obteve seu doutorado na mesma instituição, com 1984, com tese sobre a cosmologia dos Araweté, povo tupi-guarani do Pará, com quem residiu em 1981 e 82 - e com o qual continua, desde então, em contato. A tese de doutorado, premiada pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), foi publicada em 1986 no Brasil e, em 1992, nos Estados Unidos.