Universidade Federal de Minas Gerais

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Alunos do Curso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas

Começam na Faculdade de Educação as aulas do curso de licenciatura indígena

segunda-feira, 8 de maio de 2006, às 14h00

Lideranças indígenas, autoridades e convidados receberam, na manhã desta segunda-feira, 8, em solenidade na Faculdade de Educação (FaE), no campus Pampulha, os mais novos alunos de graduação da UFMG. Trata-se de 142 professores indígenas, representantes das oito etnias residentes em Minas Gerais, que compõem a primeira turma do Curso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas.

Durante a solenidade, os estudantes ouviram do pró-reitor de Planejamento, Nagib Cotrim Árabe, representante oficial do reitor Ronaldo Pena, que a Universidade “ainda deve aos povos indígenas” e é preciso tê-los como alunos também em outros cursos regulares da graduação e da pós-graduação da UFMG. “Este é só o primeiro passo. Hoje, a Universidade recebe vocês aqui, mas ainda tem muito a fazer em conjunto com as nações indígenas”, reiterou.

A cerimônia de abertura do curso contou com a presença de representantes de todas as instituições parceiras na realização do curso - Ministério da Educação (MEC), Secretaria da Educação do Estado de Minas Gerais e Fundação Nacional do Índio (Funai) - e foi encerrada com aula inaugural de Carlos Roberto Jamil Cury, professor emérito da UFMG, integrante do Conselho Federal de Educação e ex-presidente da Capes.

Recursos humanos
Coordenador-geral de Educação Escolar Indígena no MEC, Kleber Gesteira e Matos lembrou que os territórios indígenas independentes precisam de recursos humanos qualificados, como médicos, advogados e profissionais de diversas outras áreas. Ao ressaltar a necessidade de ampliar a presença dos povos indígenas em cursos superiores, Matos afirmou: “Esse é o início de nova etapa na luta pela educação indígena. A implantação deste curso representa a quebra definitiva da antiga política de tutela e manipulação a que os índios foram submetidos”.

O calouro José Nunes, que falou em nome dos colegas, contou que recentemente um pai de aluno o havia questionado quanto à utilidade de educação para a criança indígena. O exemplo foi dado por Nunes para mostrar, aos presentes no evento, a necessidade de associar os novos conhecimentos às demandas reais das comunidades, da subsistência à preservação das aldeias.

A diretora da FaE, Antônia Vitória Aranha, afirmou que a abertura do curso é mais um passo no sentido da inclusão, ao retirar os povos indígenas do “lugar do exótico”. “Vocês estão aqui, como parte do povo deste País, ocupando um espaço que é seu por direito”, afirmou.

Também se pronunciaram na solenidade Verônica Cardozo Pessoa de Carvalho, que representou o Secretário de Educação Superior (Sesu) do MEC, Nélson Maculan Filho; a sub-secretária de Desenvolvimento da Educação do Estado de Minas Gerais, Eliana Novaes; o representante da Funai, Gustavo Menezes; o coordenador do curso superior indígena em Minas Gerais, Emílio Xakriabá, e as coordenadoras do Curso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas, professoras Ana Gomes, Maria Inês de Almeida e Lúcia Helena Álvares.

Reparação
Em sua aula inaugural, o professor Carlos Jamil Cury afirmou que a reparação a tudo o que sofreram os povos indígenas, no Brasil, “começou com o artigo 231 da Constituição Federal, que reconhece aos índios sua organização social, costumes, línguas, tradições e o direito às suas terras", ou seja, 488 anos após a chegada ao Brasil dos europeus.

Cury citou também, como parte do processo de reparação, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 2001, e as diretrizes curriculares da educação indígena, artigo no Plano Nacional de Educação, que diz que compete às universidades, sobretudo às federais, ofertar aos índios a possibilidade de cursas o ensino superior "para que eles possam, autonomamente, cumprir o que está no artigo 231 da Constituição federal", disse.

“Hoje, a UFMG começa um trabalho que não é apenas de reparação, mas de construção conjunta. Trata-se de projeto de formação de professores que possam atuar com autonomia, diálogo e respeito”, disse Cury, à platéia que lotou o auditório Neidson Rodrigues, na FaE.

Para Cury, a busca pelo reconhecimento da alteridade dos povos indígenas foi uma conquista dessas comunidades, somada à obra de brancos que sofreram a opressão e a discriminação “e que por isso puderam ter a sensibilidade para reconhecer o que sofreram os indígenas”.

Nas aldeias
Os novos estudantes de graduação da UFMG ficam em Belo Horizonte até 2 de junho, quando retornam a suas aldeias para continuar as atividades do curso, com a orientação de monitores da UFMG. Farão ainda dois laboratórios interculturais, em que participarão de núcleos de pesquisa da Universidade. Em setembro, voltam à capital para outro módulo presencial. Com duração prevista para cinco anos, o curso é pioneiro no Brasil, simultaneamente aos dos Estados de Mato Grosso e Roraima.

Nesta terça-feira, 9, o novo grupo de calouros faz seu registro acadêmico. Equipe do Departamento de Registro e Controle Acadêmico (DRCA), desloca-se para a FaE, para realizar o registro.

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