Um dos programas de maior impacto social desenvolvidos pela UFMG está completando dez anos de existência. Trata-se do Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha, que, por meio de 70 projetos nas áreas de cultura, educação, geração de ocupação e renda, meio ambiente, saúde e desenvolvimento regional beneficia milhares de habitantes da quarta região mais carente do mundo. Durante todo o ano, a Universidade deverá promover atividades comemorativas da data, com o objetivo de tornar os resultados obtidos pelo programa mais conhecidos e promover a reflexão sobre suas pesquisas e atividades junto à população. As comemorações começam, oficialmente, nessa quinta-feira, 11 de maio, com a realização de evento Pólo Jequitinhonha 10 anos, no auditório da Reitoria, no campus Pampulha. A abertura, agendada para as 17h, será feita pelo reitor Ronaldo Pena e pela pró-reitora de Extensão Ângela Imaculada Dalben. Logo após, acontece mesa-redonda, seguida de debate, sobre o tema A participação da UFMG no desenvolvimento do Vale do Jequtinhonha, com exposições do professor da Faculdade de Ciências Econômicas (Face), João Antônio de Paula, do presidente da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Jequitinhonha, Solano Barros, e da coordenadora do Pólo, Maria das Dores Pimentel Nogueira. O evento prossegue com o lançamento de site do programa, comandado pela professora da Faculdade de letras (Fale) Sônia Queiroz. O encerramento está previsto para às 19h30, após a exposição oral Histórias do Vale, com Flávia Filomena, Cristina Borges e Josiley Souza. Pólo Jequitinhonha 10 anos está sendo realizado a partir de iniciativa da professora da Escola de Enfermagem, Paula Cambraia de Mendonça Vianna, atual pró-reitora adjunta de Extensão da UFMG. Pólo "Os jovens do Vale sofrem com a falta de perspectivas ", diz a coordenadora executiva do programa, Maria das Dores Pimentel Nogueira , a Marizinha. Ela afirma que, para a UFMG, a ausência de alternativas profissionais e de ocupação dessa faixa da população é um dos problemas mais graves da região e, por esse motivo, a Instituição deverá incrementar suas ações na área. Parceria Entre os 70 projetos desenvolvidos pelo Pólo, no Vale, constam atividades de geração de renda, combate à prostituição infantil, comunicação comunitária, internato rural nas áreas de medicina, odontologia, psicologia e enfermagem. As ações são executadas por meio de parceria com prefeituras e uma série de organizações da sociedade. Uma das atividades na área de geração de renda, que tem proporcionado bons resultados para a população local, pode ser conhecida pelos belo-horizontinos, durante toda esta semana, no próprio campus da Universidade. No período, 67 produtores expõem sua arte na VII Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha. O evento prossegue até sábado, dia 8, e já se tornou um dos mais importantes espaços de comercialização para o produtor regional.
Sob a coordenação da pró-reitoria de Extensão, o programa atinge, atualmente, 56 municípios da região, situada no Nordeste de Minas. Conhecido por sua grande riqueza cultural e pela pobreza de sua população, o Vale do Jequitinhonha sofre com intenso fluxo migratório, causado, sobretudo, pela pequena oferta de emprego local e baixa taxa de urbanização.
Apesar das dificuldades existentes na região, Marizinha avalia que a atuação da Universidade tem sido positiva tanto para a população, como a própria Instituição. "Conseguimos alcançar uma boa articulação com os habitantes locais e aumentar nosso conhecimento sobre a região, produzindo pesquisas e diagnósticos para programas de intervenção", explica. Nessa linha, a coordenadora avalia que uma das perspectivas do Pólo é expandir ações, consolidando parcerias locais. "O objetivo é colocar as competências da Universidade à disposição da população para a melhoria do desenvolvimento regional", afirma.