O flautista Arthur Andrés e a pianista Regina Amaral são a atração do programa Série VivaMúsica desta quarta-feira, 7 de junho, evento realizado, às 18h30, no auditório Fernando Mello Vianna, da Escola de Música da UFMG (Avenida Antônio Carlos, 6627 - campus Pampulha). Os músicos apresentam na Universidade o concerto Cantos e Ritmos do Oriente, abordagem da obra do compositor caucasiano George Ivanovitch Gurdjieff. Na UFMG, o concerto contará com a participação dos flautistas Mauro Rodrigues e Alexandre Andrés. Antes do espetáculo, às 17h40, o professor Arthur Andrés realiza palestra sobre o tema A música de George Ivanovitch Gurdjieff. As atividades têm entrada franca. Em Cantos e Ritmos do Oriente, serão interpretadas as peças Sem título nº 40; Sem título - Lento, quasi recitativo; Sem título nº 11 - Andante com moto; Greek Round Dance; Canção armênia – Andantino; Canto dos Açores - Andante com moto; Canção das pescadoras – Andantino; Melodia hindu - Allegro ma non tropo; Melodia afegã – Allegretto; Hino do Grande Templo - nº I – Lento; Ritual de uma Ordem Sufi - nº I- Moderato, pesante; Prece de Gratidão; Kurd Shepherd's Dance - Allegro ma non tropo; Melodia Curda para duas flautas - Moderato com moto; Duduki – Andantino; Melodia armenia - Allegretto grazioso; Canção dos Molokans - Com moto; Melodia Curda – Allegretto; Lamento das mulheres Assíria - Andante fúnebre e Trembling Dervishe. O compositor Perto dos 30 anos, contatou a comunidade Sarmoung e obteve dela seu ensinamento, que divulgou na Europa nos anos posteriores, até a sua morte, em 1949. Ao aplicar os princípios que decifrou, Gurdjieff criou uma série de Exercícios, Danças e Movimentos que se tornou um dos principais veículos de seu ensinamento. Na visão de Gurdjieff, a música como outras ciências tradicionais deve acima de tudo servir para conduzir a humanidade a um despertar. Seu trabalho visando o desenvolvimento interior do ser humano, em grande parte, foi descrito no livro Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido, do escritor russo P.D.Ouspensky (ed. Pensamento, 1980) e no livro da mesma Editora, posteriormente transformado em filme, Encontro com Homens Notáveis, do diretor inglês Peter Brook. Seus ensinamentos, divulgados desde as primeiras décadas do século XX, fascinaram artistas, nobres europeus e intelectuais de vários países. Entre os anos de 1925 e 1927, no período em que viviam no Château du Prieuré, em Fontainebleau, perto de Paris, Gurdjieff e um de seus mais importantes alunos, o já então consagrado compositor de origem russa, Thomas de Hartmann, trabalharam juntos na música para os Movimentos e diversas outras composições. Após o falecimento de Gurdjieff, em 1949, seu ensinamento continuou a ser transmitido através dos Institutos Gurdjieff, hoje espalhados em diversos países. Com sede em Paris, Nova Iorque, Londres e Caracas, tais entidades buscam manter viva a essência do ensinamento do compositor. No Brasil Intitulados Cantos e Ritmos do Oriente (2000) e Música dos Sayyids e dos Dervishes (2001), os CDs resultam de projeto coordenado pelo flautista e professor Artur Andrés Ribeiro, da Escola de Música da UFMG, junto com a professora e pianista Regina Amaral e o também flautista e professor Mauro Rodrigues, todos integrantes do Instituto. O que singulariza o projeto e o destingue dos demais registros fonográficos já existentes é que a performance das músicas de Gurdjieff foi especialmente arranjada para instrumentação de flauta e piano, ao contrário dos demais CDs, que apresentam a versão original da música de Gurdjieff, executada em piano solo. Lançado durante a Gurdjieff Foundation Music Conference, em Guerneville (EUA), de 24 de junho a 1º de julho de 2000, o CD Cantos e Ritmos do Oriente foi também apresentado com grande sucesso durante congressos internacionais do Instituto Gurdjieff em Caracas, Venezuela e em Barra do Piraí, no Brasil. Houve, ainda, apresentações em sete capitais brasileiras. O segundo CD foi lançado em março de 2002, em Belo Horizonte, seguido de turnê por três cidades da Colômbia (Bogotá, Cali e Medellin) e em Quito, Equador.
Filho de mãe grega e pai armênio, George Ivanovitch Gurdjieff nasceu por volta de 1877, em Kars, cidade nas montanhas do Cáucaso. Viveu em meio cultural e religioso efervescente, no entroncamento geográfico de várias rotas de mercadores. Já adulto e à procura de mais informações sobre uma antiga comunidade espiritual, a Confraria dos Sarmoung, organizou o grupo Buscadores da Verdade, que pesquisou conhecimentos relacionados a danças e sons sagrados do Oriente.
Até os dias de hoje, quase todo o repertório de obras musicais de compositor restringiu-se às atividades internas dos grupos que integram o Instituto Gurdjieff Internacional. No entanto, tal situação tem sido modificada. No Brasil, dois CDs foram recentemente gravados e lançados.